Entre os medidas adotadas pelo governo Para frear o crescimento dos cassinos online está a proibição do uso de cartões (crédito e Bolsa Família) nas apostas e o banimento de apostas que não tenham registro junto às autoridades. São medidas que desafiam as regras do mercado livre, mas são justificadas pelo Executivo à luz da condenação da sociedade à proliferação exponencial do jogo. Dentro deste conjunto de iniciativas destaca-se uma: a intenção de monitorizar e cruzar apostas com o CPF dos jogadores.
“Vamos acompanhar CPF por CPF a evolução das apostas e dos prêmios. Quem aposta muito e ganha pouco é dependente psicologicamente”, disse o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em entrevista à rádio CBN. “Quem aposta pouco e ganha muito está lavando dinheiro.” Além disso, o ministro estuda registrar números de telefone de familiares para notificá-los caso algum parente esteja abusando do jogo.
Em primeiro lugar, reconheçamos que sempre existiu uma relação entre jogos e vício. Mas isso atinge uma parcela muito pequena da população – e, no caso das apostas, o volume movimentado pela população cresceu muito pela comodidade proporcionada pelo jogos de azar on-line. Este é um problema social que merece atenção das autoridades e medidas de combate à dependência. Os recursos destinados ao jogo também poderiam ser direcionados ao consumo ou à poupança — e teriam assim uma função muito melhor para a economia do país.
Dito isso, vamos falar da ideia do Haddad.
O que o governo quer fazer é uma verdadeira violação da privacidade do cidadão. O Estado não deve interferir em assuntos privados, alertando os familiares sobre os hábitos de um familiar. Esta prática abre uma caixa de Pandora, pois o governo pode querer monitorizar outros hábitos de consumo da população, sob a justificação de proteger os cidadãos.
O que poderia vir a seguir? Monitorar o consumo de álcool, monitorar quanto o brasileiro gasta em bares? Ou um índice de vícios humanos, que serão combatidos pelas autoridades? Além disso, o ministro disse que as publicidades realizadas pelas casas de apostas também serão analisadas pelo governo. Para ele, a colocação de anúncios de casas do setor “está completamente fora de controle”.
“Controlar”, Na verdade, é uma palavra pela qual Governos petistas tem uma predileção especial. Portanto, cabe perguntar: por que controlar isso? Não é melhor deixar ao consumidor a decisão de jogar ou não?
Para encerrar, é importante deixar algumas informações ao leitor: RELATÓRIO DE DINHEIRO não aceita anúncios de “apostas” em seu portal, embora receba propostas semelhantes praticamente todos os dias.