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A situação fica cada vez mais incômoda para o comportamento da política monetária agora que o mercado planeja uma queda maior de preços e uma taxa de juros mais alta pela frente, disse nesta segunda-feira (19) o diretor do Banco Central de Finanças Estratégicas, Gabriel Galípolo.
Ao falar no evento Conexão Empresarial, em Belo Horizonte, Galípolo reafirmou que toda a diretoria do BC está pronta para aumentar a taxa básica de juros, se necessário.
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Ele disse que outro fator que está sendo analisado pelo BC é que as previsões de crescimento econômico do Brasil têm sido sistematicamente revisadas para cima.
Especialistas do mercado financeiro consultados pelo Banco Central levantaram sua opinião para o nível da taxa Selic no final do próximo ano. No entanto, mantiveram a perspectiva para a principal taxa de juros em 2024. As estimativas estão disponíveis na última análise do Focus divulgada nesta segunda-feira (19).
O estudo, que capta a visão do mercado sobre os indicadores econômicos, mostrou que os economistas veem agora a Selic fechando 2025 a 10,00% ao ano. Na semana passada, a estimativa era de 9,75%.
Quanto a 2024, mantiveram a previsão de taxa de juro para o final deste ano em 10,50% pela nona semana consecutiva. Com isso, a previsão é que o BC não tome nenhuma atitude nas demais reuniões de política fiscal de 2024.
Lembrar
As estimativas dos analistas surgem após uma série de incidentes com autoridades do BC na semana passada. Entre eles, do presidente da autoridade monetária, Roberto Campos Neto, e do diretor de Política Financeira, Gabriel Galípolo, onde transmitiram a mensagem de que é possível aumentar as taxas este ano, se necessário for controlar o preço das finanças .
No início do mês, o IBGE informou que o Índice de Preços ao Consumidor (IPCA) encerrou julho com alta acumulada em 12 meses, atingindo o teto da meta perseguida pelo BC, de 4,50%.
Outras mudanças
Na verdade, as expectativas do mercado para a inflação neste ano e no próximo também permanecem longe do meio da meta, de 3%. Na pesquisa desta segunda, os economistas elevaram a estimativa de crescimento do IPCA em 2024 para 4,22%, ante 4,20% na semana passada. Para 2025, a previsão é de aumento de 3,91%, ante os 3,97% previstos.
Uma pesquisa semanal com cem economistas também mostrou que a expectativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) este ano subiu para 2,23%, ante 2,20% na semana passada. Para o próximo ano, a estimativa do país é de crescimento de 1,89%, ante 1,92% anterior.
Por fim, a previsão do valor do dólar ficou próxima da estabilidade para 2024, que agora é vista em R$ 5,31 reais, ante R$ 5,30 reais. Para 2025, foi mantida uma estimativa de R$ 5,30.
Para Étore Sanchez, da Ativa Investimentos, à medida que o dólar continua em queda, apostar na alta dos juros fica cada vez mais ineficaz. “No entanto, se as expectativas de inflação para 2025 e 2026 continuarem, as chances de termos um ciclo maior aumentam a Selic”, afirma.
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Os cálculos do economista apontam para a necessidade de aumentar a taxa para cumprir a meta de inflação na região em questão. Porém, ele também previu manutenção em 10,50% em 2024.
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“Em última análise, o tom duro usado pela administração do BC serve para mostrar que não hesitará em aumentar as taxas de juro, enquanto a orientação política continua a basear-se em dados”, diz ele.
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