Dimitar DILKOFF
Ajustar uma prótese de perna ou trocar as rodas danificadas de uma cadeira de rodas: no centro de reparos da Vila Paralímpica, técnicos trabalham desde a última quarta-feira na manutenção dos equipamentos diários e esportivos dos atletas paralímpicos.
Kady Dandeneau, jogadora canadense de basquete em cadeira de rodas, espera pacientemente na entrada do centro, no coração da Vila Paraolímpica, ao norte de Paris.
Ela veio ajustar o assento de sua nova cadeira esportiva: “É muito prático fazer isso aqui”, diz ela à AFP, antes de descrever a um funcionário o que quer fazer.
Os atletas têm acesso diário a serviços de catering, disponibilizados gratuitamente pela centenária empresa alemã Ottobock, associada aos Jogos Paralímpicos desde 1988.
“Reparamos equipamentos de todas as marcas, desde próteses de marcha do dia a dia até cadeiras de rodas de corrida”, descreve Peter Franzel, responsável pelo centro, que prevê realizar mais de 2.000 reparações durante esta edição dos Jogos Paralímpicos, organizados em Paris, a partir de 28 de agosto. até 8 de setembro.
As encomendas têm chegado desde a inauguração da Vila porque “muitos atletas vêm testar os seus equipamentos e também porque por vezes são danificados durante o transporte de avião”. Nos primeiros três dias, foram realizados 300 reparos.
– Rodas, freios, assentos –
As cinco bancadas da sala estavam ocupadas na tarde de sábado.
Duas cadeiras sem rodas ocupavam um deles. Ronny Heinze ajusta os freios de um e depois troca um pneu danificado: “São problemas clássicos, muito comuns”, diz o técnico alemão, que trabalhou na oficina em nove edições dos Jogos Paralímpicos.
Com uma chave de fenda na mão, um colega desmonta a estrutura de outra cadeira, de um mesatenista, com o assento quebrado, problema menos comum.
No total, 160 funcionários da Ottobock de cerca de 40 países realizam reparos no Village e nos locais de competição.
Para atender a demanda, a oficina conta com 1.500 tipos de peças de reposição, armazenadas em um espaço em frente à oficina. Um pequeno corredor é dedicado aos componentes protéticos das pernas. Diferentes pés e joelhos mecânicos estão dispostos em prateleiras.
Outro corredor reúne caixas com rodas e câmaras de ar de todos os tamanhos, para diversos modelos de cadeiras de rodas.
Vários atletas paraolímpicos também ajustaram as próteses que utilizam no dia a dia. “É importante ter o melhor ajuste possível para gastar menos energia caminhando e ter mais durante a corrida”, explica o remo paraolímpico francês Alexis Sanchez.
Para ele, a existência da oficina é “tranquilizadora”. “Sabemos que se tivermos o menor problema poderemos restaurar o material, o que nos permite concentrar 100% na competição”.