Para o Incêndios recentes no interior de São Paulo
resultou em um prejuízo inicial estimado em R$ 1 bilhão para diversos setores da agropecuária paulista, segundo boletim divulgado nesta segunda-feira (26) pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento do estado. O impacto é significativo nas cadeias produtivas da pecuária de corte e leite, da cana-de-açúcar, da fruticultura, da seringueira (cultivo da seringueira) e da apicultura.
O levantamento, feito por 20 das 40 regiões da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati), indica que 3.837 imóveis em 144 municípios paulistas foram atingidos pelos incêndios. O Cati, vinculado à Secretaria de Agricultura e com sede em Campinas (SP), coletou os dados para avaliar a extensão dos danos.
Em resposta à crise, o governo paulista anunciou um pacote de ajuda voltado aos produtores rurais afetados pelas queimadas. O pacote inclui R$ 110 milhões em recursos emergenciais, sendo R$ 100 milhões destinados ao seguro rural para mitigar impactos financeiros e R$ 10 milhões para cobrir despesas de manutenção e recuperação da produção. Cada produtor afetado receberá até R$ 50 mil por meio do Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista (Feap).
Além disso, os imóveis afetados serão integrados a programas habitacionais estaduais com o objetivo de recuperar as casas danificadas pelos incêndios.
Os produtores rurais da região suspeitam que as queimadas tenham sido causadas de forma criminosa, com indícios de ação coordenada. A Orplana (Organização das Associações dos Produtores de Cana do Brasil) estima um prejuízo de R$ 350 milhões para os produtores de cana, abrangendo tanto as áreas a serem colhidas quanto as afetadas pela rebrota.
Até o momento, a polícia prendeu quatro pessoas suspeitas de provocar incêndios no estado, principalmente em cidades próximas a Ribeirão Preto, onde os danos foram mais graves. Foram abertos inquéritos para apurar essas ocorrências.
Empresas do setor agrícola também levantaram suspeitas de que os incêndios tenham sido causados pela ação humana. A Raízen acredita que os incêndios têm natureza criminosa, agravados por condições climáticas adversas, como estiagem prolongada, baixa umidade do ar, ventos fortes e altas temperaturas.
O Grupo Moreno, empresa agrícola, ofereceu recompensa de R$ 30 mil por informações sobre incêndio criminoso em áreas de cultivo de cana-de-açúcar ou vegetação nativa. A Abag-RP (Associação Brasileira do Agronegócio da Região de Ribeirão Preto) destacou que esse é um assunto antigo e que, em 2022, havia solicitado à Secretaria de Segurança do Estado uma investigação mais rigorosa sobre suspeita de incêndio criminoso.
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