Presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante conferência em Brasília, em 30 de julho de 2024
Sérgio Lima
A economia brasileira cresceu 1,4% no segundo trimestre em relação ao anterior e 3,3% na comparação anual, impulsionada pelo setor industrial, pelo crescimento dos gastos das famílias e pelos investimentos.
Os dados, divulgados nesta terça-feira (3) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram recuperação da economia após resultados próximos de zero nos dois últimos trimestres de 2023 e de 1,0% no primeiro trimestre de 2024.
A nível setorial, a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) foi liderada pela indústria, que cresceu 1,8% face ao trimestre anterior, seguida dos serviços (1,0%). A agropecuária caiu 2,3%, indicou o IBGE.
O crescimento econômico entre abril e junho superou as expectativas do mercado, que colocou a expansão em 0,9% em relação ao período janeiro-março, segundo média de mais de 70 estimativas de consultorias e instituições financeiras consultadas pelo jornal Valor Econômico.
– Lula comemora –
São boas notícias para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que repete que a economia crescerá mais rápido do que os especialistas previam.
“Crescimento que soma aumento de empregos, consumo familiar e melhor qualidade de vida”, comemorou Lula na rede Bluesky.
Em declarações aos jornalistas, o ministro das Finanças, Fernando Haddad, afirmou que o Executivo poderá recalcular as suas projecções de crescimento para este ano, actualmente em 2,5%.
“PIB robusto”, escreveu o economista André Perfeito, afirmando que os investimentos impulsionarão ainda mais o crescimento brasileiro.
Segundo o especialista, o resultado levará o mercado a rever as previsões de crescimento para este ano, para até 3%.
– Sem função agrícola –
“Com o fim do protagonismo da Agropecuária, a Indústria se destacou neste trimestre, principalmente nas atividades de Energia Elétrica e Gás, Água, Esgoto, Gestão de Resíduos e Construção”, afirmou Rebeca Palis, analista do IBGE.
Mas também contribuíram o crescimento dos gastos das famílias e do governo, bem como do investimento, incentivados pela redução das taxas de juros e pela disponibilidade de crédito, segundo o analista.
A taxa de desemprego no Brasil caiu para 6,8% no trimestre móvel de maio a julho, uma redução de 1,1 ponto percentual em relação ao mesmo período de 2023 (7,9%).
Enquanto isso, a inflação subiu 0,38% em julho e atingiu 4,50% em 12 meses, segundo dados do IBGE.
Por outro lado, o setor agrícola tem “demonstrado grande volatilidade nos últimos trimestres, talvez resultante de um ambiente climático mais desafiador”, analisou Perfeito.
Em maio, as piores enchentes da história da região Sul atingiram o estado do Rio Grande do Sul, responsável por cerca de 6,5% do PIB do território nacional, um dos maiores do Brasil.