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O Brasil produz flores em 15,6 mil hectares, o que representa 8% da produção mundial. São cerca de 8,3 mil fabricantes, 17,5 mil marcas/modelos produzidos, 680 empresas atacadistas e mais de 25 mil itens à venda.
Hoje, a área de produção está dividida em 60% de flores em vasos, 25% de plantas ornamentais e 15% de flores de corte. Cerca de 40% do consumo está concentrado no estado de São Paulo. O mercado interno absorve 97,5% da produção, sendo apenas uma pequena percentagem destinada à exportação.
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Capitais e de mão-de-obra intensiva, a floricultura emprega, em média, 8 trabalhadores por hectare. O setor de produção e comércio de flores e plantas gera cerca de 800 mil empregos indiretos e 272 mil empregos diretos (1,17% dos empregos do agronegócio brasileiro segundo CEPEA/ESALQ/USP). Desse total, 50% é para mercadorias, 40% para varejo, 4% para distribuição e o restante para atividades acessórias.
Hoje, o sector das flores e plantas ornamentais é o sector agrícola que mais emprega mulheres, o equivalente a 56% de todos os trabalhadores, e em algumas áreas este número chega a 63%.
É sabido que, historicamente, as mulheres foram excluídas ou excluídas do mercado de trabalho, limitadas ao trabalho doméstico ou a empregos de baixo estatuto e remuneração. Contudo, nas últimas décadas, a luta pela igualdade de género e o desenvolvimento de políticas públicas fortaleceram a participação das mulheres, promovendo maior diversidade e inclusão no mercado de trabalho.
A participação das mulheres no mercado de trabalho é diversificada, incremental e importante para o crescimento económico, além de dar às mulheres independência financeira através da geração de rendimentos. Atualmente, o poder do trabalho feminino, dentro e fora da porta, representa um fator importante para o desenvolvimento econômico e social de qualquer propriedade rural.
No nosso setor de flores e plantas ornamentais, as mulheres estão a fazer progressos, desempenhando papéis importantes em cargos de liderança, gestão e direção. Porém, assim como “nem tudo são flores”, esses sucessos trazem dificuldades, principalmente na difícil tarefa de conciliar trabalho e vida familiar, pois muitas vezes ficam sobrecarregados com muito trabalho doméstico.
A elevada utilização de mulheres neste sector também está intimamente relacionada com as qualidades especiais das mulheres que a cultura/produção exige. Um exemplo disso seria:
- mães, a capacidade de produzir e nutrir a vida, a flor e a planta podem ser facilmente associadas ao bebê que precisa ser concebido e nutrido para florescer;
- limpeza, atenção aos detalhes, paciência e cuidado meticuloso;
- adaptar-se às novas condições, desenvolvendo novos métodos de produção ou mesmo formas de organização do trabalho para ser mais eficiente;
- mediadores e líderes de conflitos que atuam no desenvolvimento, formação de pessoas e grupos profissionais, como o número de pessoas por hectare é alto, ter uma boa gestão de pessoas faz toda a diferença;
Em outras palavras, as mulheres no campo das flores e plantas ornamentais representam uma combinação rica e poderosa de energia, compreensão e mudança. E como principal empregador das mulheres no agronegócio brasileiro, esse setor não só faz com que as famílias permaneçam no campo, fortalece as comunidades rurais, mas também proporciona saúde e independência financeira.
- Raquel Steltenpool É empresária da área de flores e plantas ornamentais. Filha de produtor rural, é diretora da empresa Steltenpool Flores e Plantas e diretora de mercado do Ibraflor (Instituto Brasileiro de Floricultura). É formada em psicologia, pós-graduada em gestão de recursos humanos e especialista em performance de grupo pela SBDGOs artigos assinados são de responsabilidade exclusiva dos autores e não refletem necessariamente a opinião da Forbes Brasil e de seus editores.
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