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A nuvem de fumaça pode ser vista no espaço, a cerca de 1,5 milhão de quilômetros da Terra. A notícia foi divulgada neste sábado (14), pelo MetSul, um dos principais fóruns de serviços meteorológicos do Brasil, com sede em Porto Alegre.
Segundo a MetSul, a imagem mostra “uma grande estrutura de fumaça no interior da América do Sul, desde a região amazônica até o sul do Brasil, e abrange também diversas áreas do território brasileiro”. Esta imagem foi feita pelo satélite DSCOVR, da NASA, agência espacial norte-americana, e mostra que esta fumaça é resultado de um incêndio destrutivo que está destruindo o país.
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Neste fim de semana, vários serviços meteorológicos emitiram alertas sobre o agravamento dos ventos na primeira semana. Isso significa risco de “chuva negra”, evento que já foi notificado no início de setembro nas regiões Sul e Sudeste. Mas o que é a chamada “chuva negra”?
O aparecimento de chuva negra
A “chuva negra”, que é frequentemente registrada no centro-sul do Brasil, é um sinal direto da intensificação dos incêndios na Amazônia e no Pantanal. Esse fenômeno ocorre quando partículas de fumaça e partículas provenientes da queima de biomassa são transportadas pelas correntes atmosféricas e se misturam ao vapor d’água transportado pelos rios. Quando essa umidade esfria e cai em forma de chuva, traz vestígios de carbono, de cor preta ou cinza escuro.
Segundo estudo do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), a fumaça produzida pelo fogo pode percorrer milhares de quilômetros, dependendo das condições climáticas, afetando áreas urbanas e rurais em toda a vasta área. Além do impacto visual e do desconforto, essa chuva negra contém uma série de substâncias tóxicas que trazem graves consequências ao solo, aos cursos de água, aos animais que bebem essa água e às plantações.
As chuvas contendo certas substâncias provenientes dos incêndios podem alterar a composição química do solo, afetando as plantas e, consequentemente, os animais que dela dependem, ao serem expostos às toxinas do solo. Em áreas de grande produção agrícola, a água contaminada pode atingir o gado, prejudicando a saúde animal e a qualidade dos produtos agrícolas. Pesquisa realizada pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) mostra que vestígios de fuligem encontrados na água podem ser prejudiciais à saúde de peixes e outros animais aquáticos, o que prejudica a alimentação local.
Segundo estudo do INPE, encomendado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), desde a década de 1960, o número de dias consecutivos sem chuva aumentou no Brasil. Os dados serão incluídos no primeiro Relatório Bienal de Transparência do Brasil, previsto para dezembro deste ano. O compromisso foi assumido pelos países signatários da COP24, que foi realizada em 2018 na Polónia.
O que são rios de vôo?
Rios voadores, corredores por onde circula a “chuva negra”, é um termo preferido por pesquisadores como Antônio Nobre, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Esses rios são formados por grandes quantidades de vapor d’água que evapora da Amazônia e é levado para outras partes do país pelos ventos. Esse fenômeno natural desempenha um papel importante no ciclo da água, garantindo que áreas distantes da floresta, como o Cerrado e o Sudeste, recebam chuvas importantes para a agricultura e abastecimento de água.
Estima-se que uma única árvore amazônica possa liberar até 300 litros de água por dia na atmosfera, e a quantidade total transportada pelos rios é igual à do Rio Amazonas, que é um dos maiores e melhores do mundo. Porém, a destruição das florestas e os grandes incêndios, que aumentaram nos últimos anos, estão alterando esse sistema natural, trazendo consequências inesperadas, como a poluição do ar e chuvas poluídas, como a “chuva negra”.
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Nas últimas décadas, o fenômeno dos “rios voadores” tem sido amplamente estudado como uma parte importante do jogo climático brasileiro. Esses rios invisíveis, criados pelo vapor d’água que flui da Floresta Amazônica para o centro-sul do Brasil, são responsáveis pela distribuição das chuvas por grandes áreas do país, incluindo as áreas mais produtivas da agricultura. Porém, cientistas e ambientalistas choram agora por uma nova e perturbadora manifestação deste fenômeno: a chamada “chuva negra” ou “chuva negra”, que aparece com mais frequência em vários locais, o que traz graves consequências ao meio ambiente. e saúde animal.
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