O VIAJANTE Instituto Beat do Câncer e vá Seleção Brasil Feminina se unem para formar o Aliança Nacional para Acabar com o Câncer Cervical. Esta importante iniciativa visa mudar o estatuto desta doença no país. Como destacamos nesta área, este é um dos tumores mais comuns entre as mulheres brasileiras e uma das principais causas de câncer nas regiões Norte e Nordeste.
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O câncer cervical é uma doença evitável e curável detecção precoce e tratamento adequado. Em 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou um plano global para acabar com ela, incentivando os países a cumprir as metas estabelecidas para 2030 através de políticas nacionais focadas na vacinação, detecção e tratamento.
Um dos alicerces da Aliança é a Comunicação, que conta com diversas estratégias para informar mais a população, principalmente sobre o HPV e sua relação com o desenvolvimento do câncer.
É sempre importante reforçar a mensagem de que a infecção pelo HPV, ou papilomavírus humano, é muito comum e pode afetar tanto homens quanto mulheres, infectando pele e mucosas. Existem mais de 100 tipos diferentes deste vírus, mas apenas alguns são responsáveis pelo desenvolvimento de úlceras pré-mortem. Os tipos 16 e 18, por exemplo, estão associados ao desenvolvimento de câncer, principalmente no colo do útero, mas também no canal anal, pênis, vulva, vagina e orofaringe.
A vacinação é a forma mais eficaz, eficiente e barata de prevenir a infecção pelo HPV, reduzindo assim a taxa de tumores associados ao vírus.
O Brasil assumiu um compromisso com a causa e introduziu ações abrangentes, como a adoção de um esquema de dose única para meninas e meninos de 9 a 14 anos para vacinação. Outro passo é a introdução dos testes moleculares para detecção do HPV no SUS e, em breve, a renovação da regulamentação brasileira de rastreamento do câncer de colo do útero.
No ano passado, através da Associação Nacional de Vacinação Comunitária Escolar, promovida pelos ministros da Saúde e da Educação, registou-se um aumento de 42% na vacinação contra o HPV.
Portanto, como estratégia, a Aliança trabalhará em conjunto com líderes comunitários, escolas, pais e professores para promover a vacinação. Esta colaboração com a Educação é muito importante, pois é nas escolas que chegaremos às crianças e jovens da faixa etária seguinte.
Por fim, o escritório de advocacia Pinheiro Neto criou um guia sobre os aspectos legais da vacinação de crianças e jovens, sobre a preparação e divulgação de campanhas para esse público. O manual está disponível em Instituto Beat do Câncer e pode ser uma ferramenta para multiplicar esta mensagem tão importante, de que a vacinação salva vidas.
Fernando Maluf é cofundador do Instituto Vencer o Câncer e professor da Faculdade de Medicina da Santa Casa de São Paulo.
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