Nos próximos dias, cerca de 600 casas de apostas online, o apostas, deveria ser banido do Brasil por descumprir a nova regulamentação aprovada pelo Congresso Nacional, segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. A nova legislação entra em vigor a partir de 1º de outubro (terça-feira), e limita os meios de pagamento disponibilizados e a publicidade das empresas, além de outras medidas que buscam conter os gastos dos apostadores.
Para se adaptar à nova legislação que regulamenta o esporte, o apostas deverá formalizar pedido de autorização à área de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda, além de pagar uma outorga de 30 milhões de reais para garantir o funcionamento, conforme portarias publicadas pelo governo. As empresas também devem garantir um fundo para pagar as primeiras apostas dos usuários, além de manter a transparência sobre os prêmios e enviar tabelas regulares ao Tesouro.
Até a noite desta segunda-feira (30), cerca de 174 empresas já haviam solicitado autorização para operar regularmente no Brasil, incluindo grandes casas de apostas como Betano e Bet Nacional.
Porém, segundo o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, muitos apostas deve ser banido nos próximos dias por causa das novas regulamentações. Os CPFs dos apostadores também devem ser monitorados para identificar possíveis fraudes e prejuízos extremos.
“Vamos acompanhar CPF por CPF a evolução da aposta e do prêmio para evitar duas coisas: quem aposta muito e ganha pouco é psicologicamente dependente do jogo e, quem aposta pouco e ganha muito geralmente está lavando dinheiro. Temos que frear o problema, o agravamento das questões de saúde pública e a questão do crime organizado que usa aposta para lavagem de dinheiro”, disse Haddad em entrevista à rádio CBN.
O ministro alertou ainda que os apostadores deverão sacar qualquer valor que estiver estacionado em uma casa de apostas online, pois algumas empresas serão interditadas. O advogado Regis Anderson Dudena, secretário de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda (SPA), detalhou, em entrevista à Agência Brasil, como a nova regulamentação imposta pelo governo ao apostas . Dudena demonstra preocupação com a propaganda em torno das casas de apostas, que tem tomado conta das redes sociais, do horário comercial e até de times, atletas e portais de notícias esportivas.
“Isso está ficando claro, especialmente na publicidade televisiva. Temos outro desafio que está no mundo digital, no mundo digital da influenciadores . É outro lugar onde precisamos agir. A nossa interação com associações específicas de empresas, plataformas e redes sociais é relevante.”, afirmou o advogado.
O tema se tornou prioridade na gestão após estudo realizado pelo Banco Central (BC), que concluiu que juntas, 56 empresas movimentaram R$ 20,8 bilhões em agosto, faturando 15% do valor total.
Além disso, muitas pessoas usaram programas de benefícios sociais, como o Bolsa Família, para investir em apostas. O mesmo estudo aponta que 5 milhões desses beneficiários teriam investido R$ 3 bilhões em casas de apostas via Pix, com média de R$ 100 só no mês de agosto.
O governo estuda formas de inibir a utilização de benefícios sociais para apostas, sem prejudicar as famílias abrangidas. Segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo ( CNC ), entre junho de 2023 e junho de 2024, os brasileiros gastaram cerca de 68 bilhões de reais em apostas.
A lista divulgada nos próximos dias será apostas que atendam aos requisitos para operação e devem continuar operando no Brasil.