O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) Há reunião marcada para esta quinta-feira (3) com as secretarias de Fazenda, Saúde, Esportes, Casa Civil e Desenvolvimento Social para discutir as “apostas”. A medida é vista como uma resposta a um relatório do Banco Central indicar que os beneficiários do Bolsa Família gastou R$ 3 bilhões em plataformas de apostas usando Pix.
A expectativa é que, após o encontro, seja anunciado um pacote de medidas para evitar problemas financeiros e de saúde aos apostadores, além de impedir a utilização de recursos de programas sociais para pagar as apostas.
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Uma das alternativas em discussão é bloquear a função de débito do cartão para transferências para casas de apostas. Essa medida valeria para todos os usuários, e não apenas para os beneficiários do Bolsa Família, evitando, por exemplo, que um beneficiário transfira recursos para uma conta e utilize o cartão para apostas.
Problemas nos clubes de futebol
A lista de casas de apostas autorizadas a operar no Brasil, divulgada pelo Ministério da Fazenda, excluiu os principais patrocinadores de times de futebol da Série A do Brasil, como Esportes da Sorte e Stake. A lista divulgada pela Fazenda inclui apenas empresas que solicitaram autorização para funcionar e que estejam em conformidade com a legislação e regulamentação do ministério.
A Esportes da Sorte é patrocinadora máster de clubes como Corinthians, Bahia e Athletico-PR, além de estampar a camisa do Grêmio. A estaca patrocina o Juventude.
Atualmente, 93 empresas estão autorizadas a funcionar, totalizando 205 marcas. Na esfera estadual, são 18 empresas, enquanto as demais não poderão mais oferecer jogos aos brasileiros e terão seus sites suspensos a partir do dia 11 de outubro.
O governo orienta os apostadores que têm dinheiro em plataformas irregulares a pedirem reembolso. As empresas afirmam que cumpriram as exigências e buscam esclarecimentos do governo.
Na noite desta quarta-feira (2), a Fazenda informou que três indicações não foram incluídas na primeira lista, que contava com 89 empresas e 193 marcas, por erros no sistema de recebimento de notificações. Após a confirmação, uma empresa e suas marcas foram adicionadas à lista.
No futebol, as casas de apostas dominam o patrocínio dos clubes. Na divisão de elite, 15 dos 20 times têm a aposta como principal parceiro financeiro. Na segunda divisão, empresas fora da lista do Tesouro também patrocinam clubes, como Betvip (Sport Club do Recife), Dafabet (Guarani) e Reales (Coritiba e Amazonas).
Os contratos em questão são milionários e duram até 2025 ou 2026. O Corinthians, por exemplo, anunciou em julho um contrato de patrocínio máster no valor de R$ 309 milhões com o Esportes da Sorte. O Grêmio, que tem contrato vigente com a empresa, informou que está monitorando a situação. O Juventude também entrou em contato com a Stake para obter dados sobre a regularização.
A proibição de operar no Brasil pode colocar em risco contratos no valor de R$ 517 milhões. Caso permaneçam fora da lista, o dia 10 de outubro será o prazo final para os clubes retirarem os logotipos das apostas de suas camisas e demais espaços publicitários. As empresas não regularizadas não poderão anunciar a partir de 11 de outubro.
O Esportes da Sorte, alvo de investigações por lavagem de dinheiro envolvendo o cantor Gusttavo Lima e a influenciadora Deolane Bezerra, afirmou que entregou toda a documentação exigida pelo Ministério da Fazenda. Em nota, a empresa declarou que não há impedimentos legais à continuidade de suas atividades.
A VaideBet, que está sendo investigada e não consta na lista do Tesouro, informou que solicitou esclarecimentos e solicitou retificação ao Ministério da Fazenda. O BPX Bets Sports Group, dono da ObaBet e BetPix365, também pediu esclarecimentos após ser excluído.
Segundo o jornal O GLOBO, o Real, que patrocina Coritiba e Amazonas, entrou em contato com o ministério após perceber sua exclusão da lista.
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