Rodrigo Pacheco (PSD-MG)
presidente da Senado,
apresentou nesta terça-feira, 9, um projeto para que estados possam quitar dívidas com a federação
. Embora o projeto não esteja disponível na íntegra, ele comentou pontos gerais em entrevista coletiva.
As dívidas hoje pertencem ao Rio de Janeiro, Goiás, Minas Gerais e Rio Grande do Sul
. O valor total ultrapassa R$ 700 bilhões
.
O valor hoje é corrigido pelo inflação
além de tarifas
de 4% ao ano (ou aplicação da Selic), o que for menor. A Selic,
hoje, é de 10,5%. O grande aumento das taxas de juros impede os estados de pagarem suas dívidas
Pacheco quer rever forma de cobrança das dívidas do Estado
Para Pacheco,
A forma de cobrança é um “problema” e precisa ser revista. Ó Ministério das Finanças
e os estados concordam neste ponto:
“É o maior problema federal que existe, estados que estão muito endividados, que não têm condições de pagar suas dívidas, com um índice muito alto. Gera um desconforto muito grande, um problema nacional enorme”, disse.
É fundamental tomar algumas atitudes e viabilizar o pagamento da dívida, para ele:
“É naturalmente necessário que os Estados tenham governação, gestão, equilíbrio de contas e que o legislador permita que existam instrumentos para que haja formas de resolver este conflito, assentes em negociações que poderão ser mais amplas do que as que já existem hoje.”
O que diz o projeto de Pacheco para resolver as dívidas do Estado?
O novo projeto
foi apresentado, mas ainda deve ser votado no Congresso
e aprovado pelo presidente Lula
(PT). Aqui estão algumas ideias:
- Congelamento sem descontos no valor da dívida;
- Redução de juros de 1% com reversão para investimentos nos estados e/ou Distrito Federal;
- Redução de juros de 1% com reversão para investimento em fundo de auxílio para todos os estados;
- Parcelas de dívida acima de 30 anos;
- Redução de até 2% dos juros devido à federalização de bens ou créditos estaduais.
Somados, os descontos podem resultar em juros de 0%, caso o estado cumpra todas as cláusulas citadas. Assim, o valor da dívida seria corrigido pela inflação, mas não haveria aumento real.
Além disso, o projeto prevê uma redução geral dos juros sobre vários ativos e contas a receber, tais como:
- Créditos judiciais a receber;
- Dívida de contribuintes em dívida ativa;
- Participação em empresas;
Sobre as mudanças, Pacheco
comentou: “Desta forma, portanto, temos uma forma muito justa e equilibrada de resolver o problema. Garantir a responsabilidade fiscal ao não afetar o stock da dívida, mas permitir que os estados se organizem para pagar esta dívida”.