O primeiro projeto de regulamentação da reforma tributária começa a ser votado nesta quarta-feira (10) pela Câmara dos Deputados. Os parlamentares vão analisar regras dos novos tributos criados pela reforma, que já recebeu mais de 500 emendas dos congressistas. Até a noite desta terça-feira (9), o total de sugestões de mudanças foi de 523. O grupo de trabalho (GT) do Projeto de Lei Complementar (PLP) nº 68/2024 apresentou o relatório final sem carne na cesta básica isenta, que lidera o Câmara para deliberar sobre o tema.
O relatório também discute a regulamentação de medicamentos populares, como os antigripais, que foram incluídos na alíquota reduzida de 60%. Ficam os que já estavam com alíquota zero, para tratamentos mais graves.
A votação da proposta é prioridade para o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que pretende encerrar o assunto antes do recesso parlamentar, que começa no dia 18 de julho.
Cesta básica
Na proposta, a isenção está estabelecida em 60%, mas há pressão para incluir proteína animal na cesta básica.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), por exemplo, apesar de enviar o texto sem carne, defende a isenção do frango. Segundo o chefe do Executivo, a medida beneficiaria a proteína animal consumida pelas pessoas de baixa renda.
Parlamentares ligados ao setor agrícola defendem a inclusão da carne na lista. O grupo de trabalho justifica a exclusão atual argumentando que isso aumentaria a taxa geral, que atualmente é de 26,5%. Eles acreditam que a decisão sobre esta questão deve ser tomada politicamente pelos membros da Câmara.
No entanto, o debate sobre a carne também abrange a questão de saber até que ponto os líderes estão empenhados nas consequências do aumento da taxa fiscal global através da inclusão de proteínas animais.
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou ser contra a inclusão das carnes, citando preocupações com a possibilidade de a Câmara ser responsabilizada pelo aumento da alíquota geral no novo sistema tributário.
Medicamentos populares
O relatório publicado nesta quarta-feira (10) é assinado pelo deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), relator geral do texto no plenário da Câmara.
O setor farmacêutico pressionou pela inclusão dos medicamentos em uma categoria com alíquotas mais baixas. Uma análise das associações setoriais mostrou que mais da metade dos medicamentos mais utilizados no país não estariam incluídos nas taxas reduzidas.
Segundo o Ministério das Finanças, a inclusão de medicamentos em categorias com taxas mais baixas pode aumentar a taxa normal em 0,21%, valor que deve ser compensado através do imposto seletivo.
Veja uma lista de medicamentos populares que foram excluídos da alíquota reduzida
- Ácido Acetilsalicílico – Antiinflamatório; analgésico
- Betametasona + Maleato de Dexclorfeniramina – Antialérgico
- Cafeína + Carisoprodol + Diclofenaco Sódico + Paracetamol – Relaxante muscular
- Cafeína + Dipirona Sódica + Isometepteno – Enxaquecas
- Cafeína + Dipirona Sódica + Citrato de Orfenadrina – Relaxante muscular
- Cloridrato de Clorfenamina + Fenilefrina + Paracetamol – Tratamento da gripe
- Colecalfiferol – vitamina D
- Dapaglifozina + Cloridrato de Metformina – Diabetes Tipo 2
- Diosmina + Hesperidina – Problemas circulatórios
- Dipirona Sódica – analgésico
- Dutasterida + Tamsuolina – Doenças da próstataÁcido Cítrico + Sódio – Antiácido
- Empaglifozina – Diabetes Tipo 2
- Cloridrato de Fexofenadina – Antialérgico
- Ibuprofeno – antiinflamatório
- Liraglutida – Diabetes tipo 2
- Lisdexanfetamina – Tratamento do transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH)
- Nimesulida – Antiinflamatório
- Paracetamol – Analgésico e antipirético
- Semaglutida – para diabetes tipo 2
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