O clássico entre Botafogo e Palmeiras – nesta quarta-feira (17), às 21h30, no Estádio Nilton Santos – pode resultar em um enorme barril de pólvora. Afinal, além da disputa pela liderança na 17ª rodada do Campeonato Brasileiro, acontecimentos nos bastidores potencializaram o reencontro entre as equipes. A briga de gato e rato entre John Textor, do Glorioso, e Leila Pereira, do Verdão, torna o clássico ainda mais interessante. Dois nomes que monopolizam a atenção. Mas o reencontro ainda não será um divisor de águas ou o episódio final. No próximo mês, as equipes disputarão uma vaga nas quartas de final da Copa Libertadores.
Em novembro de 2023, Botafogo e Palmeiras se enfrentaram pela última vez, dentro das quatro linhas, no mesmo Colosso do Subúrbio. Na ocasião, o Alvinegro, então líder isolado, conseguiu vantagem de 3 a 0 no primeiro tempo, com bola. Nos 45 minutos finais, porém, o Palmeiras fez 4 a 3 e tirou o título nacional das mãos do Estrela Solitária.
Nos meses seguintes, o acionista majoritário da SAF do Glorioso, John Textor, abriu fogo. Foi amplamente divulgado que o Verdão se beneficiou de suposto esquema de manipulação de resultados, suposta fraude em arbitragem, foi parado na Polícia Federal, testemunhou na CPI do Senado Federal e caiu na mira do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD).
Leila Pereira, presidente do Palmeiras, também não ficou calada. Ela foi atrás de Textor, na verdade, com insultos pessoais. Verborrágica, dono da Crefisa, também defendeu o banimento do líder adversário e a censura do antagonista. O empresário norte-americano contra-atacou, apelando ao antigo procurador da Fifagate para que a processasse nos Estados Unidos. Agora, Leila não se sente segura acompanhando a delegação do time paulista no Rio de Janeiro. O medo disso aumenta a temperatura do conflito.
Rivalidade feroz?
Em duas temporadas, no início da era SAF, o Botafogo, com um tiro na agulha, ousou quebrar a “ordem natural” do futebol brasileiro ao se colocar no meio entre Palmeiras e Flamengo, os dois clubes com maior economia potencial para dominar as competições. Assim, a rivalidade interestadual com o Verdão entrou em pauta.
“É um confronto com potencial para uma grande rivalidade. Flamengo e Palmeiras ainda são os clubes mais dominantes. Mas a briga entre os dirigentes e o rico Botafogo pode mudar esse panorama. Vai depender se o clube carioca se manterá forte nos próximos anos para desbancar os dois maiores clubes da atualidade”, analisou, para o Jogar10
Eduardo Tironi, jornalista e apresentador do canal “Uol”.
O Palmeiras ainda não vê o Botafogo como um grande rival fora dos limites do São Paulo. O técnico Abel Ferreira e o meio-campista Raphael Veiga expressaram esse pensamento em entrevistas recentes. Do lado do Glorioso, o técnico Artur Jorge minimizou a sede de vingança. O fato de haver poucos resquícios de 2023 também ajuda a evitar gatilhos. Porém, o trauma está presente e há fantasmas prestes a voltar para assombrar o Mais Tradicional.
“A maior rivalidade do país é uma hipótese de médio prazo. O clima esquentou até entre os líderes. Por enquanto, a rivalidade é muito mais por parte dos botafoguenses, que querem retribuir a qualquer custo. Ainda faltam etapas para que Palmeiras e Botafogo façam o maior clássico interestadual do Brasil. O Palmeiras hoje vê o Flamengo como o principal adversário a ser derrotado”, destacou Felipe David Rocha, editor do J10
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