O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta segunda-feira (22) que bloqueará o Orçamento “sempre que necessário”.
“Sempre que precisarmos vamos bloquear”, disse o petista em entrevista a agências internacionais no Palácio da Alvorada.
A fala do presidente acontece no mesmo dia em que a equipe econômica se reúne para detalhar os dados que embasaram a contenção de R$ 15 bilhões do Orçamento para 2024. A contenção foi anunciada na semana passada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em meio a pressões do mercado e de vários sectores para rever a despesa pública e atingir o objectivo de défice zero.
Além disso, o presidente disse que carrega a responsabilidade fiscal “nas entranhas”, e acrescentou que não é a primeira vez que o governo faz cortes de gastos no Orçamento.
“Só podemos gastar o que ganhamos, se gastarmos mais do que ganhamos vamos à falência”, afirmou. “O mesmo dinheiro que você precisa cortar agora, pode não precisar cortar daqui a dois meses, depende da arrecadação”, continuou o petista.
Críticas ao presidente do BC
Lula também criticou mais uma vez o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto. O petista disse que sempre foi contra a autonomia do Banco Central.
“Como pode um cara que se diz autônomo, presidente do Banco Central, ficar incomodado com o fato de os mais humildes estarem ganhando aumento salarial?”, disse Lula.
Os ataques de Lula a Campos Neto têm sido frequentes desde que o BC optou por manter a Selic (taxa básica de juros) em 10,5% ao ano, um patamar considerado alto, que o petista acredita não ser necessário. Para Lula, a decisão de Campos Neto e do Comitê do BC prejudica o crescimento do país, pois encarece a captação de recursos no sistema financeiro.
Além disso, como o BC é um órgão autônomo, Lula não pode afastar Campos Neto do cargo, para o qual foi indicado por Jair Bolsonaro (PL). O mandato do atual presidente do BC termina no dia 31 de dezembro e abre espaço para o petista fazer indicação.
“Espero que encontremos uma pessoa que seja, do ponto de vista técnico, muito competente. É, do ponto de vista político, muito honesto e muito sério, e que seja uma pessoa que efetivamente ganhe autonomia através da sua respeitabilidade, através do seu comportamento”, acrescentou Lula.
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