A receita do governo federal atingiu R$ 208,8 bilhões em junho, registrando aumento real, descontado o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), de 11,02% em relação a junho de 2023. É o maior valor para o mês em toda a série histórica, a partir de 1995.
No primeiro semestre de 2024, a arrecadação total da Receita Federal apresentou aumento real de 9,08%. No período, a receita atingiu R$ 1,289 trilhão. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (25) pela Receita Federal.
Quanto às Receitas Administradas pela Receita Federal, o valor arrecadado no período acumulado de janeiro a junho de 2024 atingiu R$ 1,235 trilhão, registrando aumento real de 8,93%. Em junho, a receita foi de pouco mais de R$ 200 bilhões, representando um aumento real de 9,97%.
Segundo a Receita, o aumento observado no período pode ser explicado pelo bom desempenho da atividade econômica, especialmente da produção industrial, da comercialização de bens e serviços e do aumento da massa salarial.
Contribuiu também para o aumento das arrecadações de Cofins e Pis/Pasep, que registraram crescimento real de 18,79%. Entre janeiro e junho, o PIS/Pasep e a Cofins totalizaram receitas de R$ 256,2 bilhões.
Além da retomada da tributação sobre os combustíveis e da exclusão do ICMS da base de cálculo dos créditos dessas contribuições, o resultado foi impulsionado pelo aumento real de 3,85% no volume de vendas e de 1,39% no volume de serviços entre dezembro de 2023 e maio de 2024, em relação ao período entre dezembro de 2022 e maio de 2023.
Outro destaque foi o crescimento real de 20,59% na arrecadação do Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) sobre Capital, decorrente da tributação dos fundos exclusivos. Entre janeiro e junho, a arrecadação de impostos foi de R$ 72,9 bilhões.
A Receita também destacou o resultado da arrecadação do Imposto de Renda de Pessoas Físicas (IRPF), que apresentou aumento real de 21,26%, devido à atualização de bens e direitos dos brasileiros no exterior. Com isso, a receita do IRPF foi de R$ 39,8 bilhões no período de janeiro a junho.
Em relação à Receita Previdenciária, no período de janeiro a junho a arrecadação totalizou R$ 316,9 bilhões, com crescimento real de 5,37%.
“Esse resultado se deve ao crescimento real de 7,06% da massa salarial. Além disso, houve postergação do pagamento da Contribuição Previdenciária e do Simples Nacional para os municípios gaúchos declarados em estado de calamidade pública e crescimento de 14% no valor das compensações fiscais com dívidas de receitas previdenciárias, no período de janeiro a junho de 2024 em relação ao mesmo período do ano anterior”, disse a Receita.
A Receita estimou em R$ 8 bilhões a perda de arrecadação, entre janeiro e junho deste ano, relacionada às enchentes no Rio Grande do Sul. A projeção foi feita com base na receita do mesmo período do ano passado.
Dados de junho
Em junho, a Receita destacou o desempenho da arrecadação de PIS/Pasep e Cofins, que totalizou R$ 45,1 bilhões, representando crescimento real de 21,95%. O montante foi impulsionado, especialmente, pelo aumento real de 5% no volume de vendas e de 0,8% no volume de serviços entre maio de 2024 e maio de 2023, pelo aumento da receita relativa ao setor de combustíveis, pela exclusão do ICMS do base de cálculo dos créditos dessas contribuições e das arrecadações atípicas da ordem de R$ 2 bilhões.
Outros destaques foram o Imposto de Importação e o IPI Vinculado à Importação, que apresentaram arrecadação conjunta de R$ 9,288 milhões, representando crescimento real de 45,71%.
“Esse resultado se deve basicamente aos aumentos reais de 15,58% no valor em dólar (volume) das importações, de 11,08% na taxa de câmbio média, de 25,87% na taxa média efetiva de I. Importação e de 21,05% na taxa média efetiva de IPI. -Taxa vinculada”, disse a Receita.
O IRRF sobre Capital apresentou arrecadação de R$ 19,9 bilhões, o que representa um crescimento real de 10,10%. O desempenho pode ser explicado pelos aumentos nominais de 13,70% na arrecadação da rubrica “Fundos de Renda Fixa”, 9,39% na arrecadação da rubrica “Aplicação de Renda Fixa (PF e PJ)” e pela arrecadação de R$ 440 milhões, resultantes da tributação ao abrigo do regime de transição de fundos exclusivos.