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“Todo mundo quer carne e leite de alta qualidade, mas agora quer saber como produzimos”, disse Gabriel Garcia Cid, presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), nesta quarta-feira (24), ao apresentar o 17º programa . A ExpoGenética, que acontece entre os dias 16 e 25 de agosto, em Uberaba, município do Triângulo Mineiro, e é um dos eventos mais importantes da instituição. A ABCZ é a associação pecuária mais poderosa do país, reunindo cerca de 25 mil criadores de genética zebuína para carne e leite.
Nos próximos 10 anos, o Brasil deverá passar da atual produção de 9 milhões de toneladas de carne bovina por ano para 10,2 milhões de toneladas em 2033. Já no leite, a produção poderá passar de 34,1 bilhões de litros para 44,5 bilhões, segundo Projeções de Longo Prazo do Agronegócio. relatório do Ministério da Agricultura. O trabalho leva em conta a capacidade da pecuária brasileira crescer para atender a demanda interna e atender às exportações. Porém, para aumentar a produtividade sem aumentar as áreas de pastagem, a pecuária deve continuar no seu modo de intensificação, ou seja, produzindo mais, com menos. Isto significa que, além de uma boa nutrição animal, precisamos de genes que respondam com mais leite e carne por unidade produzida.
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“Estamos vivendo um momento importante na agricultura de qualidade e já estamos acostumados a ouvir isso. Agora temos que avançar na agricultura de animais criados corretamente”, afirma Garcia Cid. A feira de genética, onde também há seleção de vacas de qualidade, é uma ferramenta nesse sentido. Além dos animais expostos, estão previstos 25 leilões, mais quatro que na edição passada, e uma série de encontros e workshops. Tudo voltado para o manejo do que a seleção bovina da raça zebras Nelore, responsável pela grande quantidade de animais no rebanho, junto com Brahman, Gir, Guzerá, Tabapuã, Indubrasil, Punganur, Sindi e Cangaian.
Há argumentos de consultores de que poderia ser baixo, mas segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o rebanho bovino brasileiro atingiu novo recorde de 234,4 milhões de animais em 2022, com base em dados da Pesquisa da Produção Pecuária Municipal. Em geral, cerca de 80% desses bovinos são zebuínos, que são raças originárias da Índia, ou seus cruzamentos com raças europeias.
A pecuária, uma actividade com altos e baixos, registou agora uma recuperação no mercado após vários anos de preços baixos devido à grande oferta de mulheres para serem abatidas em sacrifícios. Com esse abate, a tendência é que nasçam menos bezerros, o que significa menos animais a serem abatidos ao final do processo. Em 2023, houve um número de abates de fêmeas, na ordem de 34,06 milhões de animais, 13,7% superior ao de 2022. O aumento no abate de fêmeas foi de 26,6%, segundo o IBGE.
“Agora temos um momento especial no início da temporada de criação de touros com a ExpoGenética, como maior feira de criação de touros do país”, disse Garcia Cid. “Com o número recorde de abates de animais, começamos a recuperar o valor da arroba, com a valorização da carne. E as exportações estão crescendo este ano. ”
Em 2023, o recorde de exportação de carne bovina in natura foi de 2,01 milhões de toneladas, mas devido ao excesso de oferta o preço da arroba caiu 19,8%, segundo Cepea/Esalq.
Garcia Cid afirma que este ano as vendas devem aumentar na ExpoGenética, com base no que aconteceu na edição do ano passado. Ele diz: “Não estávamos num ciclo de preços altos, mas o programa mostrou que os agricultores estão investindo na produção, na produção. “Se num ciclo baixo você não produz, é aí que sua margem não está funcionando”. Ele fala sobre o mercado de seleção de animais, que tenham poder genético para produzir mais, com menos “Este ano já temos outra situação com grandes expectativas de 2025. A vaca que terá esse ciclo de crescimento em 2025 e 2026 é a. touro que está nascendo hoje. Então temos esperança.” No ano passado, os leilões da ExpoGenética renderam 52,2 milhões de dólares, um aumento de 11,2% em relação a 2022. Este ano, a expectativa é repetir o aumento de dois dígitos.
Carne e leite para o mundo
Além do mercado interno de genética bovina, a ABCZ também tem como foco as exportações. No ano passado, o Brasil vendeu US$ 4,792 bilhões em espermatozoides e embriões. Neste ano, o faturamento até julho foi de US$ 2,689 bilhões, segundo os últimos dados da Agrostat, do Mapa.
Ana Claudia Mendes Souza, atual vice-presidente da associação e ex-gerente internacional, diz que principalmente países asiáticos vieram para o Brasil, principalmente de olho na genética zebuína do leite. “Todo o trabalho feito aqui, com a genética zebuína da Índia do início do século passado, desenvolvida e aprimorada pelos nossos criadores, produziu soluções para produzir mais carne e leite”, afirma. Não é à toa que a ABCZ conta com um painel de especialistas no evento voltado para esse público e divulgando informações sobre a pecuária. Porque isso também significa vendas futuras.
No final do ano passado, o Brasil enviou para a Índia 40 mil medidas de sêmen, colhido de quatro touros Gir. Foi a maior exportação de genética bovina da história para a Índia, com a subsidiária canadense Alta – antiga Alta Genetics – operando no país. A compra foi feita pela National Dairy Development Board (NDDB), cooperativa de produtores de leite do país, ligada ao governo.
Além dos países asiáticos, o Brasil exporta para países africanos e latino-americanos, onde tem forte atuação para ajudar no trabalho de melhoramento genético. Entre eles estão, por exemplo, Bolívia, Colômbia, Peru e Paraguai.
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