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Evolução dos 20 países da Zona Euro, referente ao trimestre anterior, segundo dados do Eurostat.
Jonathan Walter
A economia da zona euro cresceu mais rapidamente do que o esperado no segundo trimestre de 2024, segundo dados oficiais publicados esta terça-feira (30), confirmando a recuperação económica dos países que partilham a moeda comum desde janeiro, apesar do fraco desempenho da Alemanha.
Entre abril e junho, o PIB da zona euro cresceu 0,3% face aos três meses anteriores, anunciou esta terça-feira o instituto europeu de estatísticas, Eurostat.
Analistas ouvidos pela Bloomberg e pela Factset apostavam numa ligeira desaceleração do crescimento, de 0,2%, neste período.
No primeiro trimestre, o PIB da zona euro cresceu 0,3%, saindo da estagnação do semestre do ano anterior (0%), segundo dados do Eurostat.
Mas as diferenças entre os países são muito pronunciadas, o que poderá ser uma dor de cabeça para o Banco Central Europeu (BCE), que deverá definir uma política monetária adaptada aos 20 países que partilham a moeda comum.
Assim, entre as grandes economias do Velho Continente, a Alemanha destaca-se negativamente e contém os seus parceiros. Seu PIB caiu 0,1% no segundo trimestre. A indústria exportadora alemã, um pilar do seu modelo económico, enfrenta problemas há dois anos devido ao elevado custo da energia, custos de crédito mais elevados, fraca procura interna e dificuldades no comércio internacional.
Os especialistas apontaram no início do ano que o crescimento económico europeu iria acelerar no segundo semestre do ano, mas os dados mais recentes arruinaram as suas expectativas.
Em particular, o índice PMI, publicado na semana passada pela S&P Global, mostra uma “quase estagnação” na actividade do sector privado em Julho.
“A economia da zona euro é muito semelhante à qualidade da água do Sena: há dias em que pode parecer boa, mas no geral é suficientemente medíocre para se preocupar continuamente”, disse Bert Colijn do banco ING.
– Atrás da China e dos Estados Unidos –
Globalmente, o desempenho europeu continua a ser muito inferior ao dos Estados Unidos e da China, que cresceram 0,7% no segundo trimestre.
Para o ano de 2024, o Fundo Monetário Internacional (FMI) previu em 26 de julho um crescimento do PIB de 0,9% na zona euro; 2,6% nos Estados Unidos e 5% na China.
Em contraste com a Alemanha, o desempenho da França (+0,3%), na média europeia, foi ligeiramente melhor que o da Itália (+0,2%), e a Espanha registou uma das taxas de crescimento mais elevadas (+0,8%).
A França acolhe actualmente os Jogos Olímpicos de Paris que, segundo a Capital Economics, poderão proporcionar um “pequeno impulso” à economia da zona euro no terceiro trimestre de 2024.
O crescimento de Espanha, um dos países com melhor desempenho na região, foi alimentado pelo dinamismo das exportações e pelo sólido consumo das famílias. Na França, a produção cresceu graças ao comércio internacional e à recuperação dos investimentos empresariais.
Itália e Portugal registaram crescimentos modestos de 0,2% e 0,1%, respetivamente.
No conjunto da UE, o crescimento também manteve o ritmo de 0,3% alcançado no início do ano no segundo trimestre.
Na quarta-feira, o Eurostat planeia publicar os números da inflação de julho na zona euro. Em junho, caiu ligeiramente para 2,5% em termos homólogos.
Os especialistas também estão preocupados com a escassez de mão-de-obra, com a taxa de desemprego a atingir o nível mais baixo de sempre: 6,4% da população activa na zona euro.
