Casa Brasil, no Parc Villette em Paris, em 31 de julho de 2024
Olympia DE MAISMONT
Além das competições desportivas, os turistas aproveitam as “casas” nacionais nos Jogos Olímpicos Paris 2024, onde podem assistir a uma corrida de BMX enquanto comem um cachorro-quente na “Team USA House”, comemorar vitórias na “Casa Brasil” ou dançar na “Casa da Índia”.
No elegante ‘Palais Brongniart’, no centro de Paris, a bandeira americana é o centro das atenções e as famílias assistem às competições olímpicas em vários ecrãs.
Matthew Burt, com seu boné dos EUA, pretendia escapar do calor da capital francesa para apoiar a seleção olímpica de seu país “ao lado de outras pessoas dos Estados Unidos”. O preço: 390 euros (420 dólares, 2.830 reais) para o dia inteiro.
“Era isso ou ficar no hotel com ar condicionado”, explica Nolan Percival ao seu lado. Este nova-iorquino de 50 anos está feliz por estar sob os arcos deste monumento que “faz parte da história de Paris”.
– “Como em casa” –
Ben Weibel, 28 anos, divide a mesa com os pais, que viajaram de Ohio para desfrutar pessoalmente dos primeiros Jogos Olímpicos. Com “cachorro-quente e sorvete”, o jovem, que mora em Paris há dois anos, sente-se “em casa”.
De repente, o local se enche de emoção e o público aplaude a americana Perris Benegas, que conquistou a medalha de prata no BMX livre feminino. “Vá para os EUA!” grite os Weibels.
Chris observa os americanos derrotarem os iranianos na esgrima, por 45 a 44, um confronto emocionante.” Questionado sobre o simbolismo do confronto, ele responde que é “apenas esporte”.
Assim como o “Team USA House”, outros países recebem torcedores – seus cidadãos ou de outras nações – para apoiar seus atletas e descobrir suas culturas.
A “Team Ireland” escolheu um pub irlandês próximo ao icônico cabaré Moulin Rouge. Às 15h30, Tim Buckley e seu amigo James, ambos de 27 anos, comem um hambúrguer e cerveja.
“Estávamos aqui ontem à noite quando Daniel Wiffen ganhou o ouro nos 800 metros nado livre”, diz Tim. “A atmosfera era incrível.”
«Estava cheio de irlandeses, todos cantaram o hino nacional, foi um momento de muito orgulho», acrescenta.
– “Tem um lugar melhor?” –
O maior número de casas encontra-se no chamado “Parque das Nações”, localizado em ambos os lados do Canal Ourcq, no popular parque La Villette.
Alguns cobram 5 euros (5,40 dólares, 30 reais), como o “Club France” ou a “India House”, outros são gratuitos, como a “Casa Brasil”, com seu campo de futebol sintético e quadra de vôlei de praia.
Todos os olhos estão voltados para a TV que exibe a partida das oitavas de final do tênis de mesa entre o brasileiro Hugo Calderano e o francês Alexis Lebrun.
Juliana Kolonko, 37 anos, e Ivan Passos, 40, dizem estar “muito felizes” com a vitória do compatriota.
E nada melhor do que torcer em casa: “É incrível, sempre animado, agradável, amigável, como todos os brasileiros”, disse Ivan.
Na “India House”, a organização promove a cultura do país.
“Muitos atletas indianos competem hoje. Existe lugar melhor para assistir?” diz Gokul Kannan, 24.
Uma aula de dança é frequentada por dezenas de pessoas, indianas e de outros países.
“Esse é o espírito olímpico, não é? Obviamente, estamos aqui para apoiar os nossos atletas, estamos aqui por causa de onde viemos, mas apoiando todos os atletas”, finaliza.