Acesso
Comunicação com Nicola Mendelsohn, O gerente de negócios globais da Meta começa com um comentário calmo do gerente sobre o trânsito caótico de São Paulo. Depois, a piada vira um elogio ao país: “Estar no Brasil é ótimo. É um lugar incrível”.
Mendelsohn veio ao país para “ouvir e aprender” sobre novos exemplos de uso da rede Meta – especialmente o WhatsApp – nos negócios. “O WhatsApp se tornou o coração do país. Toda semana, cerca de 7 em cada 10 pessoas se comunicam com pelo menos uma empresa na plataforma.”
Leia também
Além do crescimento numérico do país, segundo o gestor, “o Brasil é realmente novo”. “As pessoas gostam de experimentar coisas novas aqui. É por isso que vemos muitos exemplos novos, como o Grupo Boticário, onde os clientes podem perguntar “o que devo comprar para a mamãe” via WhatsApp.
Em entrevista à Forbes Brasil, Nicola Mendelsohn fala sobre a importância do mercado brasileiro para as Big Tech, os resultados da fusão entre empresas e plataformas, as necessidades do Meta na era da IA e muito mais.
Forbes Brasil: Quais são as prioridades globais da Meta?
Nicola Mendelsohn: Acabamos de compartilhar nosso relatório de resultados financeiros e você pode ver que o negócio está indo bem. O envolvimento dos usuários é muito alto, com 3,2 bilhões de pessoas usando plataformas Meta [Facebook, Instagram, Threads e WhatsApp] diariamente.
Em geral, a inteligência artificial é uma prioridade na nossa vida em todas as diferentes situações. Estabelecemos uma meta de tornar o Meta AI o assistente de IA mais usado no mundo até o final do ano.
FB: Nesse contexto, qual o papel do Brasil nos negócios da Meta?
Novo México: Não divulgamos números específicos por país. Mas é justo dizer que as coisas estão indo bem para a Meta aqui no Brasil e que o país é um mercado muito importante para nós.
Já faz um ano que estou aqui e não sou o único líder que vem aqui. Por que? Porque o WhatsApp é o coração deste país. E o Brasil é um país realmente inovador, onde as pessoas gostam de experimentar coisas novas. Todas as semanas, cerca de 7 em cada 10 pessoas contactam pelo menos uma empresa através da plataforma.
Estamos aqui para ouvir e aprender com estes novos modelos de implementação. Estou feliz com o Grupo Boticário, onde os clientes podem perguntar ‘o que comprar para a mamãe’ via WhatsApp. .
Outro exemplo é a Renner. Antigamente, a empresa dependia apenas de mensagens de e-mail, que acabavam não sendo lidas. Atualmente, mais de 70% das mensagens enviadas pelo WhatsApp são respondidas e, como resultado, há um aumento significativo na receita.
FB: À medida que mudamos para a IA, como a tecnologia está mudando os negócios globalmente?
NM: Acredito que a IA afetará todos os aspectos das nossas vidas, tal como o digital. E especialmente do ponto de vista do marketing, há muitas oportunidades interessantes surgindo.
Da perspectiva da Meta, criamos algo chamado Meta Advantage, um conjunto abrangente de produtos baseados em IA para anunciantes que oferecem um desempenho mais poderoso e eficiente. Antigamente, ao realizar uma campanha em nossa plataforma, você teria que passar por 150 etapas diferentes, agora tudo pode ser feito em uma única etapa.
Em média, os anunciantes que usam nossa plataforma obtêm um retorno de US$ 3,07 para cada dólar investido. Ao adicionar Meta Advantage, o valor aumenta para US$ 3,41.
FB: Atualmente, quais são os principais desafios que a IA enfrenta?
NM: Qualquer novo produto passa por regulamentações e procedimentos rígidos antes de chegar aos consumidores e usuários. Consultamos especialistas internos e externos e, além disso, realizamos atividades de reflexão sobre o pior cenário. Não foi diferente com a IA.
Nestas experiências, descobrimos que os potenciais problemas com a IA não são tão diferentes daqueles que já temos no ambiente digital. E isso não ocorre apenas no Meta. Por exemplo, a desinformação produzida pelo homem é menos perigosa do que a produzida pela IA. E temos políticas claras em relação a essas violações, como a remoção de conteúdo.
FB: A produção de mídia é muito importante no Brasil. Como a Meta vê esse mercado?
NM: Sim, os designers têm uma grande presença no Brasil. As pessoas gostam de se conectar com seu conteúdo. E, quando as pessoas recebem recomendações de um fabricante de que gostam, é mais provável que comprem esse produto. Então isso é muito importante.
Do ponto de vista do Meta, já temos outras formas de ganhar dinheiro para os desenvolvedores. Seja por meio de assinaturas, ofertas online, colaborações ou do *Creator Marketplace*, onde marcas e produtores de conteúdo podem se encontrar.
FB: Hoje, como os sites se relacionam com a empresa?
NM: Se você possui uma empresa e se preocupa em alcançar seus clientes, vá onde eles estão. Eles querem ouvir e interagir com você. Então, eu diria que vale a pena aprender e usar.
Escolhas do Editor