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Imane Khelif sofreu preconceito devido ao machismo na infância
Alvo de comentários transfóbicos, a boxeadora olímpica Imane Khelif, que gerou polêmica internacional de gênero ao derrotar seu oponente em 46 segundos no boxe
falou sobre sua “bravura” em superar uma vida de adversidades para chegar ao topo do esporte.
A atleta contou como passou de vendedora de pão nas ruas da Argélia a heroína desportiva, após ser adotada por um treinador desportivo devido às suas ‘qualidades físicas’.
Mas mesmo assim, ela enfrentou preconceito porque sua família e comunidade conservadoras viam o esporte como “apenas para homens”.
Quando questionada pelo entrevistador do Canal Algerie por que escolheu praticar um esporte “muitas vezes chamado de esporte masculino”, Khelif respondeu: “Foi puro acaso. Nunca imaginei que um dia me tornaria boxeador e campeão mundial.
Veja a galeria de fotos do atleta
Imane Khelif Reprodução/Instagram
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Khelif disse que “se apaixonou” pelo boxe assim que pisou no ringue pela primeira vez. Mas a boxeadora descreveu sua infância como “muito difícil”, acrescentando: “Venho de uma região e de uma família conservadora. O boxe era um esporte dedicado apenas aos homens”.
“Vendia pão na rua, juntava pratos e outros objetos para ganhar dinheiro e poder me locomover, pois vim de uma família muito pobre.”, acrescentou a boxeadora, revelando obstáculos de sua infância.
A boxeadora teve seu nome em alta após derrotar a italiana Angele Carini nas Olimpíadas de Paris, após a rival desistir aos 46 segundos de luta.
Após o breve duelo, o argelino foi vítima de comentários transfóbicos. A boxeadora, porém, não é uma mulher trans, pois teria que nascer biologicamente com o sexo masculino, o que não é o caso.
Imane Khelif não é transgênero, mas sim intersexo. O atleta pertence ao grupo de indivíduos que nasceram com características biológicas que não se enquadram nas definições típicas de feminino ou masculino. No passado, o termo ‘hermafrodita’ era usado, mas além de ser biologicamente impreciso, é considerado pejorativo.
