John MACDOUGALL
O centro equestre Paris 2024, que está no centro das atenções devido a várias denúncias de maus-tratos durante a preparação para os Jogos Olímpicos, tomou medidas para proteger os cavalos da onda de calor que assola o Palácio de Versalhes, sede das competições olímpicas. hipismo.
O bem-estar dos cavalos tornou-se uma questão central nos desportos equestres após uma série de casos de grande repercussão.
A estrela britânica Charlotte Dujardin, tricampeã olímpica de adestramento, desistiu de competir nos Jogos após a divulgação de um vídeo que a mostrava maltratando seu cavalo durante o treinamento.
Pouco depois, o brasileiro Carlos Parro também recebeu uma advertência da Federação Equestre Internacional (FEI), que recebeu imagens que o mostravam hiperflexionando o pescoço do cavalo, em um movimento proibido conhecido como “Rollkur”.
Os casos lembram o escândalo de 2021 envolvendo a amazona alemã Annika Schleu, que bateu em seu cavalo com chicotes e esporas durante a prova de pentatlo moderno nos Jogos de Tóquio.
O incidente levou à eliminação do hipismo do pentatlo após os Jogos de Paris. Para este evento, a FEI desenvolveu um protocolo para proteger os animais do calor intenso no imponente cenário do Palácio de Versalhes.
As normas prevêem monitoramento permanente das condições climáticas, imagens térmicas, monitoramento veterinário e estações de resfriamento adicionais equipadas com água fria.
“Em primeiro lugar, examinamos os cavalos, o que nos orienta nas nossas previsões para que possamos agir rapidamente”, explica Göran Akerström, diretor veterinário da federação. “Montamos estações de resfriamento próximas ao campo. Também medimos as condições climáticas durante o aquecimento e colocamos veterinários para verificar os cavalos.
Os exames diários são realizados por um total de 90 especialistas.
“Os veterinários prestam um serviço às equipes para que possam saber a temperatura corporal do cavalo e dizer ao cavaleiro: ‘Você pode ir se refrescar e deixar o cavalo descansar antes de continuar o aquecimento’”, diz Akerström.
Desde os Jogos de Atlanta de 1996, a FEI trabalha com a temperatura de bulbo úmido, que mede o efeito combinado do calor, da umidade e da radiação solar em humanos e animais.
Se um limite WBGT de 28 graus (diferente de Celsius) for atingido, a federação ativa seu protocolo. Em caso de condições extremas, uma competição poderá ser cancelada, como aconteceu numa prova de enduro na cidade americana de Tryon (Carolina do Norte) em 2018.