Estádio da Torre Eiffel durante partida de futebol de 5 adaptada dos Jogos Paralímpicos Paris-2024 entre Brasil e Turquia, no dia 1º de setembro de 2024, em Paris
FRANCK FIFE
Com menos público nas arquibancadas e sem aglomeração nas instalações dos Jogos Paralímpicos Paris 2024, o espírito olímpico permanece vivo graças à dedicação dos participantes e à magia imutável de alguns dos locais emblemáticos do evento.
Um deles, o Estádio da Torre Eiffel, continua a ser o mais animado, depois de ter trocado o voleibol de praia pelo futebol de 5 adaptado. A areia deu lugar a um tapete turquesa onde atletas cegos surpreendem o público.
“É exatamente o mesmo ambiente” dos Jogos, diz o francês Louis, 25 anos, após a partida entre China e Turquia (2 a 0), na segunda-feira (2).
“É extraordinário e ao mesmo tempo permite descobrir um desporto”, acrescentou o amigo Benoît, de 31 anos.
Apesar do silêncio exigido para que os jogadores possam ouvir as instruções do goleiro e os sinos da bola, o público aproveita cada intervalo para torcer, cantar e cumprimentar.
“O olá silencioso foi magnífico”, diz Roman Palu, uma francesa que veio com uma amiga.
– Fotos na estátua de Agitos –
Mas as imagens aos pés da Torre Eiffel, local muito elogiado desde julho, não se repetem em todos os locais, como é o caso da Paris South Arena, na porta de Versalhes.
Esta instalação abriga dois dos esportes específicos dos Jogos Paralímpicos e sem equivalente nas Olimpíadas: goalball e bocha.
“Há um pouco menos de gente, talvez por causa do regresso às aulas”, afirma Aurelién Coudert, 26 anos, que foi para lá com um dos passes ‘Discovery’, que permite assistir a vários eventos no mesmo dia por apenas 24 euros (US$ 26,50 ou R$ 149,34 na cotação atual).
“Na hora da entrega das medalhas na bocha, as arquibancadas estavam meio cheias”, explica o jovem.
Nesta sede, as buscas de segurança e a circulação entre os prédios eram fluidas, com poucas aglomerações ou filas na loja oficial, nos pontos de alimentação ou em frente à estátua de Agitos, símbolo dos Jogos Paralímpicos e local preferido para fotos em grupo.
Mas para quem vem de fora e sem fazer comparações com os Jogos Olímpicos, a experiência ainda parece positiva.
– “Ambiente Olímpico” –
“O clima olímpico é perceptível e os atletas paralímpicos são vistos muito nas ruas, e isso ajuda a divulgar”, afirma a espanhola Gemma León, 58 anos, para quem o clima nos eventos tem sido “impressionante”.
No final das contas, a estrela continua sendo o caldeirão olímpico, um balão de ar quente que paira sobre os Jardins das Tulherias, ao lado do Museu do Louvre.
O desmantelamento da instalação olímpica próxima, na Place de la Concorde, significa que há muito menos pessoas na longa Rue de Rivoli, adjacente aos jardins, mas à medida que o anoitecer se aproxima, os visitantes começam a esperar naquela e noutras ruas próximas e em frente ao o terraço da conhecida galeria de arte.
Menos gente, apesar dos 2,3 milhões de ingressos vendidos para o evento, mas símbolos que persistem e uma atmosfera que mantém intacta a paixão: o espírito olímpico continua vivo em Paris no início de sua última semana.