Com gol de um jovem da base, criado por Xerém, o Fluminense venceu o Bahia por 1 a 0
no Maracanã, e saiu com 3 pontos valiosos na luta contra o rebaixamento na tarde deste domingo (4).
Kauã Elias
Foi ele quem marcou os gols que garantiram a vitória do Tricolor Carioca, jovem atacante que teve oportunidades para substituir seu ídolo German Cano e está à altura da ocasião.
O Fluminense chegou à quarta vitória consecutiva no Campeonato Brasileiro, um resultado surpreendente, considerando que há um mês havia conquistado apenas uma vitória e somado 8 pontos.
No momento, soma 20 pontos em 20 jogos, 5 vitórias e 5 empates, mas não basta ficar fora do Z4, já que a situação no Tricolor das Laranjeiras era muito crítica antes da chegada de Mano Menezes. Depois, o triunfo contra o Bahia deu ao time a 17ª colocação na tabela.
Após a partida, o técnico Mano Menezes, em entrevista coletiva, começou a comemorar e a demonstrar grande satisfação com o resultado, principalmente por ter sido a quarta vitória consecutiva no Brasileirão, competição que o Fluminense precisava.
“Muito feliz pela quarta vitória consecutiva (no Brasileirão) em um campeonato tão difícil como este. As demandas eram enormes e imensas, e há poucos dias, se planejássemos isso, eles iriam rir de nós. Agora vemos que é possível e mostramos isso.”
O treinador, que vem fazendo uma boa campanha e emocionando a torcida tricolor, aproveitou para esclarecer a questão de Kauã Elias, titular neste domingo e preocupado com uma possível lesão.
“Kauã pediu para ser substituído, sinalizou e pediu para fazer a troca. Faz muito tempo que não joga 90 minutos, nunca jogou como profissional. Ele é um jogador muito intenso e vai se desgastar até chegar ao nível de profissional da Série A, um dos campeonatos mais competitivos do mundo.”
Mano também comentou um assunto ‘delicado’ sobre o fato de Ignácio, zagueiro recém-contratado, ainda não ter recebido oportunidades. Aliás, Facundo Bernal, outra nova contratação, deverá estrear-se antes dele, tendo chegado semanas depois.
“Quando anunciamos uma nova contratação, as pessoas ficam muito entusiasmadas. Significa que estamos trazendo jogadores de qualidade para o nosso grupo. Tenho muito cuidado para não expor o jogador que chega, se você contrata um jogador novo e ele não vai bem, é o contrário do que está acontecendo com o Serna. Ainda não temos um parâmetro para o Ignácio, quando tivermos estaremos confiantes para colocá-lo como colocamos todos os outros.”
Outros trechos da coletiva de imprensa de Mano:
Sobre Marcelo e Felipe Melo, medalhões e ídolos, estando no banco
Quando gerencio grandes jogadores com trajetórias vitoriosas, procuro sempre sentar e conversar, e traçar coisas em comum entre eles e o time. Às vezes você estabelece algumas coisas e em 30 dias nós revisamos. A opção por Antonio Carlos no intervalo (e não por Felipe Melo) foi porque se tratava de uma escolha entre um jogador que estava em ritmo e outro que voltava de lesão. Optamos pela segurança.
Oportunidades para Marcelo atuar como lateral-esquerdo
Na conversa que tive com o Marcelo eu disse que iria utilizá-lo mais como meio-campista. Se daqui a alguns dias nos sentarmos cara a cara novamente, como costumo fazer, e chegarmos a outra conclusão, vamos lá. Isso vale para todos. Sempre dou prioridade à equipe. Acho que o treinador tem que tirar o melhor proveito do que tem e venho tentando fazer isso desde que cheguei.
Sobre o relacionamento com os fãs
A torcida tem sido exemplar, desde que chegamos aqui contra o Internacional, acredito que o comportamento do time dentro de campo tenha contribuído, e ter a torcida ao seu lado é fundamental, principalmente nos momentos difíceis do jogo. Com a torcida pressionando e ajudando, dá muita confiança.
Poupar ou não poupar jogadores em outras competições que não o Brasileirão?
Sou fã de escolher jogadores que estejam mais preparados para jogar. O jogo hoje não permite jogar com um jogador sem condições, porque por melhor que ele seja, se não estiver em plenas condições, ficará aquém. No futebol competitivo como o de hoje, não podemos nos dar ao luxo de trazer um atleta sem estar em plenas condições, pois já perdemos 10% do time. Dois atletas abaixo já estariam em 20%. Não conseguiríamos competir com o Bahia se não tivéssemos a ótima saúde física que nossos jogadores têm hoje.
O time que enfrentou o Bahia neste domingo é o 11 titular do time?
É um pouco cedo, se eu ficar mudando o tempo todo, nunca conseguiremos um bom entrosamento capaz de dar movimentos naturais à equipe. Quando chegamos tínhamos perdido tudo isso, o jogo estava pesado, a transição estava pesada. É muito difícil criar algo diferente no futebol quando esse sentimento faz parte de uma equipe. Hoje já criamos algumas jogadas quase sem olhar para o companheiro.
Aproveitando os jovens da base
Sempre fui um treinador que aproveitou as camadas jovens dos clubes em que joguei. No Grêmio, com Anderson, Lucas Leiva, com vários outros jogadores. No Cruzeiro lançamos o Maurício que hoje é um jogador indiscutível. Lançamos Fabrício Bruno, que hoje é um zagueiro comentado no mundo todo. Procuramos jogadores jovens, como Diogo Barbosa. Fomos procurar um jovem ainda em Goiás. Fluminense e Santos são os dois exemplos mais significativos daqueles que estabeleceram grande confiança entre torcedores e essa prática. A torcida confia nos jovens da base. Eu ouço, eu leio, a torcida dizendo, confie na criançada de Xerém, eles vão resolver isso para o Fluminense. E estamos aqui para aproveitar tudo o que o clube oferece e combiná-lo com os jogadores que temos lá e que vieram de fora.