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A cadeia produtiva do algodão é muitas vezes considerada um modelo a seguir, devido ao elevado nível de organização e cooperação entre produtores, indústria têxtil e retalhistas. Programas como o “Sou do Algodão”, que reúne grandes redes e marcas de moda, mostram um trabalho refinado de gestão e marketing. Mas, para a Abrapa (Associação Brasileira dos Produtores de Algodão), patrocinadora do 14º Congresso Brasileiro do Algodão (14º CBA), esta semana, em Fortaleza (CE), é preciso continuar. O esforço actual é transformar o algodão, a commodity, numa “marca” na mente dos consumidores finais.
“Você realmente sabe quem está comendo o que você está servindo?” diz João Branco, que em 2021 foi um dos 10 melhores CMOs do Brasil selecionados pela Forbes. Ele liderou a equipe que fez o McDonald’s Méqui e quebrou todos os recordes de vendas de seus sanduíches. Branco falou sobre seus vinte anos de experiência em marketing, nove dos quais no ramo de fast food. “Seja uma marca genuína e autêntica. Faça da sua marca uma amiga, não apenas mais um vendedor”, disse.
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Para Luis Fernando Samper, da 4.0 Brands, por trás da famosa marca dos cafeicultores colombianos, Juan Valdez, a atenção deve ser dada ao mercado. “O café colombiano começou a surgir na década de 60 e era produzido principalmente por pequenos agricultores. Para situá-lo, precisávamos entender o contexto, a qualidade do produto, a interação entre o genótipo e o meio ambiente, juntamente com a colheita e seus resultados”, diz ele. Mas com a chegada da Starbucks foi preciso ir mais longe e ter cafeterias próprias. Hoje são 600 unidades.
Para a diretora de Relações Corporativas da Abrapa, Silmara Ferraresi, depois de organizar o setor e colocar o algodão brasileiro – produto 100% rastreável – é preciso colocar as cartas na mesa em relação à construção do futuro da fibra. Ele diz: “É importante analisar como podemos melhorar a situação do algodão brasileiro e quais valores podemos aumentar”.
Consumindo atualmente cerca de 700 mil toneladas de algodão, a meta é aumentar a demanda local para 1 milhão de toneladas de pluma de fibra. Recorde-se que as exportações foram na ordem dos 2,7 milhões de toneladas na colheita 2023/24, o que colocou o país como o maior do mundo.
A Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (ABIT), Fernando Pimentel, e o presidente da Abrapa, Alexandre Schenkel, assinaram o documento, anunciando seu compromisso conjunto com este projeto. “Na década de 1970, quando Pelé ganhou a Copa do Mundo vestindo uma camisa de algodão, o Brasil disputava um terço do mercado, como consumidor de algodão. Nos anos seguintes, fomos construindo uma nova era do algodão brasileiro, para a segunda fase”, diz Schenkel. Ele afirma: “Até 2030, seremos não apenas o maior, mas também o melhor exportador de algodão do mundo. “Vamos coordenar esforços e acelerar a implementação dos nossos projetos”, afirmou Pimentel, ao lado de nomes como Fábio Adegas,. CEO da Lojas Renner SA, e Marcos De Marchi, presidente da Vicunha Têxtil.
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