Uma das pioneiras construtoras a seco no Brasil, a Innova Steel, lançou um projeto para construir e doar 200 “casas secas” ao Rio Grande do Sul. O objetivo é ajudar as famílias do estado a se restabelecerem após a fortes chuvas e enchentes que atingiram o estado em abril deste ano.
A previsão é que as casas sejam entregues em até 120 dias.
A preparação da área onde serão construídas as casas deverá começar nas próximas semanas.
O método de construção a seco, muito popular nos EUA, começa a crescer no Brasil e tem a vantagem de ser mais econômico, rápido
e ecológico. Portanto, tornou-se uma opção reconstruir as casas afetadas pela tragédia que atingiu o RioGrande do Sul.
O nome vem do fato de o método dispensar o uso de concreto, cimento e água para a construção das casas. Em geral, a construção, então, tem formato de base e revestimentos — onde ficam tubulações, fiação, isolação, entre outros.
“Quando vimos o que aconteceu no Sul quisemos imediatamente ajudar. Há anos perdemos tudo em nossa primeira loja devido a uma das maiores enchentes de São Paulo e sabemos o tamanho desse impacto. A diferença é que, no nosso caso, tínhamos uma casa para onde voltar no final do dia. Por isso, disponibilizamos toda a nossa tecnologia construtiva para reconstruir a região. A RennovaSul nasceu com a ideia de ir além de levantar paredes e telhados: queremos reconstruir esperanças e restaurar sonhos, investindo no sentimento de pertencimento e comunidade”, disse Caroline Siqueira, sócia fundadora e vice-presidente da empresa.
A Innova Steel pretende entregar, no projeto, imóveis de 36m² com sala integrada à cozinha, banheiro e dois quartos. As casas serão mobiliadas e têm previsão de entrega em até 120 dias.
A empresa utilizará então a tecnologia pioneira no Brasil: o construção para
seco
o que
Tem a vantagem de ser rápido e prático. Em quatro meses, a expectativa é entregar 200 casas.
O Governo do RS doou o terreno — que ainda está em fase de liberação — para construção. Estão localizados em Igrejinha, Cruzeiro o Sul e São Sebastião do Caí. O Instituto Bandeirantes é parceiro da iniciativa e as empresas vão ainda realizar um evento beneficente para arrecadar recursos para mobiliar as casas.
Construção seca
Existem várias maneiras de construção seca
. As casas do RS serão utilizadas com “ estrutura de aço
”: as estruturas do edifício são feitas com perfis de aço; tubulações, partes elétricas e isolamentos, que ficam “dentro” desses espaços, e posteriormente são revestidos.
Além do aço, é possível usar madeira como base, mas o método é menos popular.
Depois, tudo é fechado com diferentes tipos de placas: podem ser OSB (madeira prensada com resina, impermeável), placas cimentícias, placas de gesso (também conhecidas como “dry wall”) e misturas de materiais diversos, incluindo fibras e polímeros.
As paredes de gesso cartonado
por si só garantem um excelente isolamento térmico, mas podem ser “recheados” com isolamento para realçar o efeito. Funciona no frio e no calor. Pelo mesmo motivo, também possuem um bom isolamento acústico.
Vantagens da construção a seco
Nesse tipo de construção há maior economia de materiais, pois, como são industrializados e calculados antecipadamente, há uma compra exata. Isso também gera orçamentos precisos e sem “surpresas” no trabalho.
Outros benefícios citados acima são: qualidade termoacústica, sustentabilidade, material durável, fácil manutenção e fácil troca.
Além disso, também possui risco reduzido de incêndio, custo-benefício devido à sua rapidez, durabilidade e segurança.
Desvantagens da construção seca
Embora o tipo de construção apresente muitas vantagens, ainda não está totalmente integrado na cultura do país. No Brasil, as casas geralmente são mais tradicionais, feitas de cimento, tijolo e concreto.
Portanto, é mais difícil encontrar métodos alternativos — e mão de obra especializada. Até comprar materiais em lojas tradicionais pode ser complicado, enquanto o contrário é mais fácil.
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