Acesso
Fintechs. Acrônimo para empresas que combinam finanças e tecnologia. É uma das palavras mais utilizadas pelos especialistas financeiros. Relatório Alimentando a inovação: fechando a lacuna de financiamento da Fintech (Energizing Innovation: Closing the Financing Gaps for Fintechs) organizado em conjunto pela McKinsey e pelo Fórum Econômico Mundial, obtido com exclusividade pela Forbes Brasil, mostra a importância desse negócio e mostra os caminhos pelos quais é possível continuar primeiro a desenvolver essas empresas. .
Leia também
Os números são inconfundíveis. Segundo o relatório, gestores de recursos dispostos a financiar a inovação por meio de capital de risco (VC) investiram US$ 350 bilhões (R$ 1,95 trilhão) em fintechs desde 2015.
O capital de risco tem desempenhado um papel importante no financiamento de vagas de inovação tecnológica e o seu impacto na economia digital é duradouro e transformador. Segundo o relatório, seis das dez maiores empresas do mundo foram originalmente financiadas por um empreendimento comercial. Atualmente, o valor total de mercado é de US$ 12,5 trilhões (R$ 70 trilhões), valor superior ao Produto Interno Bruto (PIB) de todos os países, exceto Estados Unidos e China.
-
Siga o canal Forbes e vá Dinheiro da Forbes no WhatsApp e receba as últimas notícias sobre negócios, carreira, tecnologia e estilo de vida
Nos últimos nove anos, as fintech continuaram a ser um dos principais setores de investimento empresarial, atraindo uma média de 12% de todo o financiamento.
Esse dinheiro valeu a pena. As fintechs já são uma indústria com faturamento global de mais de US$ 150 bilhões (R$ 836 bilhões) até 2023, mais que o faturamento da Petrobras. E as expectativas são altas. O relatório estima que esse valor subirá para US$ 400 bilhões (R$ 2,2 trilhões) até 2028.
Com um resultado tão promissor, seria de se esperar que houvesse um debate entre os gestores de recursos para financiar fintechs promissoras. Porém, após atingir o recorde de US$ 92 bilhões (R$ 513 bilhões) em 2021, o investimento entrou em colapso. Eles caíram para US$ 55 bilhões (R$ 306 bilhões) em 2022.
Os investimentos caíram novamente para US$ 30 bilhões (R$ 167 bilhões) em 2023. A situação do ano passado teria piorado sem a capitalização de US$ 6,5 bilhões (R$ 36 bilhões) recebida pela gigante americana de pagamentos Stripe.
Epidemia e pós-epidemia
Antes da pandemia, o financiamento global para fintechs crescia a uma taxa de 12% ao ano, passando de US$ 18 bilhões (R$ 100 bilhões) em 2015 para US$ 32 bilhões em 2020 (R$ 178 bilhões) em 2020.
Em 2021, a aceleração da digitalização devido a esta epidemia e o aumento de capital nos mercados financeiros fizeram com que os fundos das fintech quase triplicassem, passando para US$ 92 bilhões (R$ 513 bilhões). O valor de mercado das fintechs aumentou significativamente, tanto de capital fechado como de capital aberto.
Este crescimento explosivo reverteu rapidamente a crise pós-pandemia devido à incerteza política sobre a invasão da Ucrânia pela Rússia em Janeiro de 2022 e ao aumento das taxas de juro nos Estados Unidos. Estes factores ensombram as perspectivas económicas e reduzem os investimentos financeiros em 2022 e 2023.
Esta descida foi acompanhada por quedas em vários sectores. O investimento financeiro global total, não incluindo apenas as fintechs, atingiu o nível mais baixo dos últimos cinco anos no primeiro trimestre de 2024, o nível mais baixo desde o segundo trimestre de 2019.
No entanto, estão a surgir sinais de recuperação, com os fundos de investimento empresarial globais a aumentarem 8% e o número de negócios a aumentar 17% em todo o mundo no segundo trimestre de 2024.
De acordo com as últimas estimativas da Associação Nacional de Venture Capital, o nível de “pó seco” (capital criado, mas não alocado) é hoje um recorde de US$ 312 bilhões (R$ 1,74 trilhão) ao final de 2023, representando uma participação de 45%. aumento em comparação com o seu nível estimado no final de 2021.
De acordo com o relatório, à medida que os investidores se tornam mais seletivos e demoram mais para financiar, concentrando-se em startups com trajetórias de lucro claras e avaliações razoáveis, os níveis de pó seco continuaram a crescer.
América Latina e Brasil
Embora tenha havido um declínio global no investimento de capital para fintechs, duas regiões registaram um crescimento significativo: a América Latina e o Médio Oriente (incluindo o Norte de África).
O maior crescimento foi na América Latina: entre 2015 e 2023, o crescimento foi de 37% ao ano, apesar de uma queda de 81% entre 2021 e 2023. Essa região recebeu US$ 1,1 bilhão (R$ 6,13 bilhões) em recursos no ano passado. Pode parecer pequeno comparado aos US$ 6,1 bilhões (R$ 34 bilhões) recebidos em 2021, mas foi um resultado impressionante considerando a situação global. Houve outra mudança na área. A percentagem de investidores locais aumentou de 24,7% em 2015 para 34,7% em 2023.
Segundo o relatório, nos últimos dez anos, as fintechs revolucionaram o setor financeiro na América Latina, trazendo novas formas de empréstimos, pagamentos, controle e rastreamento, entre outros aspectos.
Em 2021, havia mais de 300 milhões de usuários de pagamentos digitais e mais de 30 milhões de usuários de serviços bancários digitais, principalmente no Brasil e no México. As Fintechs aumentaram a concorrência ao reduzir a difusão do crédito, aumentando a inclusão ao servir consumidores não bancários e pequenas e médias empresas, e fornecendo aos bancos novas tecnologias e serviços.
Não é de surpreender que, de acordo com o relatório, embora a América Latina, o Médio Oriente e a África tenham recebido apenas 10% do financiamento global para fintechs entre 2020 e 2023, espera-se que estas regiões juntas gerem 15% da receita mundial adquirida pelas fintechs. em 2028.
Bom estado
Apesar do recente abrandamento no financiamento das fintech, o relatório mostra que há razões para permanecermos optimistas. Os factores que impulsionam o crescimento das fintechs são sempre fortes: mudanças nas preferências dos consumidores, avanços tecnológicos e a necessidade de serviços financeiros inclusivos e eficientes.
A McKinsey prevê um crescimento anual de 15% nas receitas financeiras das fintechs entre 2022 e 2028, o que excede o crescimento anual de 6% da banca de retalho no mesmo período. Pesquisa anterior da McKinsey estimou que a receita global das fintechs poderia atingir entre US$ 325 bilhões e US$ 463 bilhões (R$ 1,8 trilhão a R$ 2,5 trilhões) até 2028, representando 8% da receita total do setor.
Siga Forbes Money primeiro no Telegraph
À medida que a economia global melhora e a confiança dos investidores regressa, a indústria fintech está bem posicionada para atrair um interesse renovado dos investidores, alimentando a próxima onda de inovação e crescimento.
Como promover o investimento
Segundo o estudo, é possível promover o investimento de cinco formas:
- desenvolver ferramentas digitais = Criar sistemas para facilitar a identificação, processamento e compartilhamento de pagamentos
- melhorar a clareza regulamentar e promover a cooperação regional = Cumprimento de regulamentações para facilitar o crescimento internacional de fintechs em países da mesma região.
- desenvolver talentos e fortalecer redes de apoio = Desenvolver talentos locais e facilitar o acesso a pessoas qualificadas de outros países, além de fortalecer incubadoras e aceleradoras.
- desenvolver capacidade financeira local = Aumentar as oportunidades para os gestores de fundos de capital de risco e as garantias financeiras para a inovação, criando um círculo virtuoso e promovendo um ecossistema fintech forte e dinâmico.
- promover estratégias de crescimento sustentável para fintechs = Aconselhar fintechs na construção de um negócio forte antes de tentar crescer e construir relacionamentos e gerenciar custos.