No Beira-Rio, o Vasco
conquistou a primeira vitória como visitante neste Brasileirão. O Cruzmaltino venceu o Internacional
por 2 a 1 e agora permanece a cinco pontos do time que abre o Z-4, o Coríntios
. Ao final da partida, o técnico Rafael Paiva comemorou o resultado e destacou a importância de manter o estilo de jogo mesmo com tantas ausências no time titular. Para enfrentar o Inter, não contou com Payet, Maicon, David, Hugo Moura e Piton.
— Foi um jogo em que tivemos muitas ausências, mas seguimos a linha de dar oportunidade aos jogadores que precisavam provar tanto para os torcedores quanto para eles mesmos que tinham plena capacidade. Com os meninos da base não foi diferente. Eles já tinham uma boa experiência e estavam motivados para vir e dar o seu melhor. Estamos felizes por ter funcionado e por termos conquistado os três pontos. É difícil jogar aqui. O Inter é muito forte e o sentimento é de satisfação, de felicidade. Vemos que o grupo está progredindo bem. Trabalhamos muito para isso e precisamos continuar humildes para continuar assim. — destacou o treinador.
Paiva chegou ao seu nono jogo sob o comando do Cruzmaltino, com a quarta vitória no Brasileirão e uma clara melhora no desempenho da equipe. Questionado sobre a mudança de atitude da equipa, o treinador demonstrou estar satisfeito com o trabalho realizado, mas afirmou a necessidade de desenvolver ainda mais alguns aspectos do jogo.
— Estou muito satisfeito com o que temos feito e construído. Posso ver meu rosto na equipe. Isso veio com vitórias e pontos conquistados na maioria dos jogos. Isto é fundamental e enfatiza ainda mais o que estamos falando. Não desistimos de competir, de lutar, de brigar. Principalmente quando não estávamos num bom momento, sabíamos que precisávamos nos doar mais ao jogo. Mas sabemos que para marcar precisamos jogar com bola, equilibrar, tentar construir melhor. Estamos conseguindo construir passo a passo um equilíbrio entre defender e atacar, sem perder a competitividade. Temos que manter isso e refinar cada vez mais o que estamos fazendo técnica e taticamente. — ele completou.
Outros trechos da coletiva de imprensa de Rafael Paiva:
MUDANÇA DE POSTURA E RESULTADOS POSITIVOS
— Ninguém mais poderia fazer nada para mudar o cenário, se não fossem os jogadores. Foi preciso atitude, confiança, personalidade para jogar, entendendo que era preciso buscar o equilíbrio para pontuar mais nos jogos. Não podíamos ficar apenas na defesa e jogar uma, duas ou três bolas. A construção está na parte mental, técnica, tática. Existem várias coisas que afetam o resultado a curto prazo. Os jogadores brigaram demais e mudaram a postura em relação ao que vinham fazendo. Mérito total para eles. É um trabalho que envolve muitas pessoas e acredito que estamos no caminho. Temos que manter a regularidade nesse longo processo para conseguir a vaga que merecemos na tabela.
IMPORTÂNCIA DAS CATEGORIAS DE BASE
— Sempre valorizo o trabalho de quem vem das categorias de base. Temos muita gente boa vindo da base, excelentes treinadores. É uma transição difícil, do sub-20 para o profissional. É preciso trazer resultados no curto prazo para continuar. Neste processo, por vezes, bons técnicos não conseguem mostrar o seu potencial. Quando conseguimos somar pontos, conquistar vitórias, isso nos fortalece muito. Hoje tínhamos 10 jovens no plantel, jogadores com apenas 16 anos. Isso é muito gratificante e destaca o trabalho que fazemos nas categorias de base do Vasco. Percebemos que eles têm capacidade para fazer o trabalho, para resolver problemas. Se houver paciência, ainda aparecerão muitos bons jogadores.
ASPECTO TÁTICO
— Procuramos sempre pensar numa estrutura para jogar baseada no que o adversário nos traz. Acho que também alternamos entre 4-3-3 e 4-1-3-2. Procuro transmitir aos atletas a ideia de não ficar preso na estrutura do jogo. Cobramos pelas funções de jogo. Já testamos alguns jogadores em outros setores do campo, então entendemos do que eles são capazes. No entanto, é um grupo que tem respondido bem. Mesmo fora de posição, os atletas procuram sempre cumprir o seu papel e isso é o mais importante. A função de saber onde defender quando não temos a bola, de saber em que espaço jogar quando temos a posse de bola. A nossa construção tem sido baseada nisso: ter clareza sobre o que vamos fazer com e sem bola, independente da estrutura.