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Drones como solução barata para uso da agricultura familiar, visando a utilização de bioinsumos para o controle biológico de pragas nas lavouras. É o que propõe a colaboração que reúne a Associação Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a empresa paulista BirdView, com apoio financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
Chama-se Órbio. Este projeto envolve a utilização de drones com sistema para melhorar o plano de voo, com dispositivo para liberação de insetos, projetado para combater insetos e doenças, sem agredir o meio ambiente.
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Essa tecnologia foi introduzida na semana passada, dia 3 de julho, juntamente com a publicação do Plano Safra da Agricultura Familiar 2024-2025 e do Plano Safra 2024-2025. “A estratégia do Safra é uma grande oportunidade para a tecnologia da Embrapa chegar a todos os produtores rurais”, disse a presidente da Embrapa, Sílvia Massruhá, durante a cerimônia oficial de lançamento.
“Os insetos e as doenças agrícolas causam perdas financeiras de milhões por ano, por isso o controle de pragas, que é uma forma natural de reduzir os danos, com o apoio do uso de drones, é muito promissor e bom para os produtores”, afirma o pesquisador Lúcio. Jorge, da Embrapa Instrumentação, unidade localizada em São Carlos (SP), responsável pelo desenvolvimento da tecnologia drone. Entre as vantagens, além do baixo preço da operação, destaca-se a alta eficiência e a capacidade de atingir o nível de aplicação no imóvel.
Segundo o pesquisador, o uso de drones também é importante para melhorar o desenho de rotas de segurança para o controle de pragas, como identificação da área de proteção, identificação de áreas, tipo de uso de pragas utilizadas e altitude de voo. Testes iniciais utilizando a tecnologia constataram redução no tempo de planejamento em comparação aos planos produzidos manualmente por especialista, além de reduzir a possibilidade de erro humano, devido à automação.
O pesquisador lembra que, no momento, o software disponível no mercado não tem como melhorar as rotas, dependendo dos parâmetros definidos pelo usuário e exige muita experiência do operador para produzir planos de voo.
Segundo Jorge, a parceria com a BirdView permitiu unir experiências na área para que o projeto seja aprimorado. “A empresa é especialista na utilização de drones para controlo de pragas desde 2015, com licenças no Brasil, África do Sul, Índia e México”, disse.
O protótipo do produto está em fase final de testes em outras fazendas e permitirá à empresa oferecer ao mercado um produto que aumentará o número de clientes, inclusive no contexto da agricultura familiar. (E Embrapa)