Após participar de reunião, nesta quarta-feira (10), da sala de situação criada pelo governo federal para lidar com as queimadas e secas no país, a ministra do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, Marina Silva, afirmou que 30 pontos de queima de dos 54 existentes na região do Pantanal.
“Temos ainda 24 incêndios ativos, dos quais 13 já estão controlados. E há mais ou menos três que surgiram agora, e estamos planejando como fazer com que eles também tenham uma frente de brigada.”
Segundo o secretário extraordinário de Controle do Desmatamento e Planejamento Ambiental Territorial, André de Lima, o esforço continua para garantir que, nos próximos 30 dias, os focos permaneçam abaixo dos índices do maior incêndio já registrado no Pantanal, em 2020.
Embora o mês de junho tenha apresentado índices superiores aos daquele ano, a expectativa é que isso se reverta e se consolide em uma área queimada abaixo do total de 3,6 milhões de hectares alcançado há quatro anos.
“É possível que nas próximas semanas essa curva já ultrapasse esse patamar das altas taxas de 2020, ou seja, apontando para uma taxa menor que a de 2020. Então, estamos mantendo todo o esforço nessas frentes, e o objetivo é esse , para conseguir que a curva não suba agora, que se inverta ou se estabilize num nível muito mais baixo.”
Segundo o ministro, isso já pode ser considerado o início da estabilização, resultado do mutirão empreendido por diversas frentes do governo federal e dos governos estaduais de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Marina informou que trabalham atualmente no combate ao incêndio 830 profissionais do governo federal, 15 aeronaves, 15 embarcações e três bases nos municípios de Corumbá, Poconé e Porto Conceição.
Atuam nas frentes de brigada o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), militares da Marinha, do Exército e da Aeronáutica em cooperação com o Corpo de Bombeiros do estado.
“Já temos cerca de 395 horas de voo envolvidas nestas operações. Temos feito um esforço enorme em relação aos locais de difícil acesso, mas com o reforço que tem sido fornecido por aeronaves e helicópteros, isso tem ajudado as nossas equipas a ganhar rapidez e eficácia na abordagem ao fogo.”
Investigações sobre os incêndios
Sobre as investigações realizadas pela Polícia Federal sobre as queimadas no Pantanal, o ministro informou que ocorreram 20 abordagens em locais onde começaram a ser identificados incêndios, para realização de trabalhos em conjunto com os Ministérios Públicos e polícias estaduais. “A partir daí teremos processos de indiciamento”, disse ela.
Marco regulatório
Marina também destacou o esforço nacional em relação aos novos marcos regulatórios ambientais, como medidas provisórias para diminuir a lacuna para contratação de brigadistas e para que pilotos estrangeiros possam pilotar aeronaves em território brasileiro.
A aprovação do projeto de lei de combate a incêndio (PL)
agora em fase de regulamentação pelo governo federal, também foi mencionado pelo ministro.
“Estamos agora criando uma força-tarefa inteira focada no Parque Nacional [Matogrossensse]que é nossa responsabilidade e que tivemos ali um aumento de incêndios e que agora estamos mobilizando equipes para reforçar a abordagem dentro do parque”, destacou Marina.
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