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Você sabe como os biomas brasileiros estão divididos em termos de produção agrícola e conservação ambiental? Em 2023, o Brasil tinha 67% de sua área coberta por vegetação e água, de modo que 33% respondiam à atividade agrícola, e o restante, à infraestrutura.
As informações são provenientes de um encontro de ONGs, universidades e startups, e do mapa anual de uso da terra no Brasil, também conhecido como MapBiomas.
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Analisando por bioma e começando pela Amazônia, essa relação é de 84% e 16%, respectivamente. Caatinga 61% e 38%, Pampa 53% e 45%, Cerrado, principal produtor de alimentos, 52% e 47%. Na Mata Atlântica, bioma mais populoso do país, 33% e 65%. É importante lembrar que a dinâmica das plantas naturais, também chamada de fitodinâmica, está sempre presente.
Por exemplo, hoje, cerca de 30% das áreas desmatadas na Amazônia há 30 anos foram recuperadas por plantas nativas em diversas etapas de reflorestamento, segundo dados do projeto TerraClass da Embrapa.
Aliás, é interessante lembrar que, segundo a Embrapa Territorial, a área designada para plantas protegidas e conservadas no Brasil representa 66% do território do país, algo que pouquíssimas pessoas sabem e confirmam são dados do próprio MapBiomas. Essa área é composta por 33,2% de áreas destinadas à manutenção de incorporadores rurais, 9,4% de grupos conservacionistas, 13,8% de áreas indígenas, 9,9% de vegetação em áreas militares e áreas desabitadas.
Os 30,2% restantes são dedicados a lavouras, pastagens e florestas plantadas, e 3,5% das terras do Brasil são reservadas para infraestrutura. É surpreendente que quase 50% das áreas dedicadas à produção alimentar sejam dedicadas à protecção ambiental. Em outras palavras, metade das fazendas são florestas.
Esses dados foram obtidos por meio do cruzamento das coordenadas geográficas das edificações agrícolas e dos parâmetros dos imóveis cadastrados no Cadastro Ambiental Rural (CAR). Deveríamos nos orgulhar de ser o único país do mundo com esse nível de conservação, aliado a uma produção agrícola eficiente, tecnológica e competitiva, capaz de alimentar centenas de milhões de oito pessoas no mundo, segundo a Embrapa.
*Lígia Pimentel Ele é veterinário, economista e consultor do mercado de ações. Atualmente é CEO da AgriFatto. Desde 2007 atua no setor do agronegócio, ocupando cargos de analista de mercado na Scot Consultoria, gerente de operações imobiliárias na XP Investimentos e chefe de análise de mercado de gado de corte na INTL FCStone.
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