Nesta quinta-feira (11), o
Vasco
apresentou seu maior reforço para a temporada: o meia Philippe Coutinho, de 32 anos. A primeira coletiva de imprensa foi realizada na sede náutica do clube, na Lagoa, Zona Sul do Rio de Janeiro. Vestindo a camisa cruzmaltina, Coutinho respondeu perguntas da imprensa ao lado do presidente Pedrinho.
A coletiva de imprensa foi iniciada pelo presidente, que reiterou a importância da assinatura e agradeceu ao jogador pela colaboração nas negociações. Ele também finalizou com um apelo aos torcedores para assistirem à apresentação do camisa 11.
— É um momento histórico para nós. Quero agradecer muito ao Coutinho e sua família, porque houve muito esforço para que isso acontecesse. Me sinto honrado em trazer um ídolo, dentro e fora de campo. Um cara íntegro, que representa a essência do Vasco. Sabemos o impacto técnico que ele tem no grupo, dentro e fora de campo. O sonho do torcedor vascaíno está sendo realizado. Pela pessoa que ele é e pelo que entrega. Convido os torcedores, sábado, às 11h, para a apresentação oficial de Coutinho em São Januário. Bem vinda estrela, ídolo! — reforçou o comandante vascaíno.
O jogador chega com contrato de empréstimo de um ano junto ao Aston Villa, da Inglaterra. Para fechar com o Gigante da Colina, Coutinho aceitou redução salarial e negociou liberação com os ingleses. Revelado pelo Vasco, o atleta afirmou que o relacionamento amoroso com o clube e a torcida foi o que mais influenciou seu retorno ao Brasil.
— A questão de desistir de muita coisa é verdade, mas posso te dizer que não é só o Philippe. O Vasco e o presidente fizeram de tudo para que eu estivesse aqui hoje. São muitas dúvidas, o amor ao clube é o principal. É um clube que adoro, que me treinou para o mundo, não só na parte desportiva. É esta relação que temos que pesou no nosso regresso. — afirmou a estrela.
A última vez que Coutinho esteve em campo foi no dia 18 de maio, pelo Al-Duhail, do Catar, onde também chegou por empréstimo. No clube árabe, disputou 23 partidas, com oito gols e três assistências. Questionado sobre sua forma física e ritmo de jogo para estrear pelo Cruzmaltino, ele destacou o desejo de estar à disposição o mais rápido possível.
— Queria estar em campo ontem (risos). Mas, claro, eu estava de férias. Treino sempre, me dedico. Mas obviamente é diferente de estar com o grupo e tocar. Se depender da minha vontade, entrarei o mais rápido possível. Imagino que durante a semana isso será conversado, discutido com todo o pessoal. — declarou Coutinho.
Veja outros trechos da coletiva de imprensa:
Relacionamento com os fãs
— Tenho uma relação de carinho, de respeito. É um público muito apaixonado, completamente diferente de qualquer lugar que já estive. Vemos isso em todos os jogos lotados, sempre apoiando. Estar de volta é muito legal saber que estarei lá jogando com o estádio cheio. A torcida vascaína representa muito para mim.
Treinamento no Gigante da Colina
— O Vasco é um clube diferente, que se preocupa em formar atletas e pessoas. Pude crescer dentro do clube, estudei aqui, na escola que existe até hoje. Eu gostaria de visitar. Foi fundamental para o meu crescimento. Definitivamente me inspirou. O Instituto Philippe Coutinho será inaugurado em breve. Acredito na integração através do esporte e da cultura e quero construir isso com minha família. Devolva à sociedade um pouco do que o futebol me deu.
Sensação de estar de volta
— Vivi toda a minha infância e adolescência aqui no Vasco. Sempre deixei claro toda a gratidão que tenho por este clube. Tive um curto período como profissional e agora estou de volta, com 32 anos, ainda jovem. Espero participar de muitas coisas boas que acredito que acontecerão com o clube
Competitividade do futebol brasileiro
— O nível do futebol brasileiro é alto, com muita competitividade. Você vê a intensidade, a quantidade de times e jogos que tem. Por isso sempre pensei em voltar e disputar o Campeonato Brasileiro também. De longe, sempre que podia acompanhava o Vasco e o apoiava. Às vezes a diferença de fuso horário dificultava, mas sempre estava lá.
Elenco do Vasco
— É um elenco com jogadores experientes e jovens vindos da base que têm respondido na mesma moeda, jogando bem e ajudando o time a somar pontos. Vemos isso nos últimos jogos. O principal é ter esse equilíbrio. Espero chegar para agregar mais experiência. Estou aberto a ajudar os jovens na sua formação e no que for necessário.
Seleção Brasileira
— A seleção nacional é sempre um sonho. Tive a felicidade de vestir a camisa da seleção brasileira, ser campeão, jogar uma Copa do Mundo. Mas, no momento, meu principal objetivo é ajudar o Vasco, dar o meu melhor junto com os demais companheiros para conseguir resultados.
Negociações com o Vasco
— O presidente fez todos os esforços para que eu pudesse estar aqui hoje. Já agradeci e agradeço novamente hoje. Estou feliz por estar aqui e ajudar a reconstruir o clube. Quero participar deste processo. Houve ansiedade desde o primeiro momento. Todos os dias eu ligava para meus irmãos e perguntava como eles estavam. Não estive tão envolvido, porque me concentro mais em jogar. Mas sempre pedi para saber a situação. Sempre me visualizei, lá atrás, vestindo aquela camisa de novo.
Relacionamento com os jovens jogadores do elenco
— Espero poder ajudá-los, se quiserem minha ajuda, de alguma forma, da maneira que precisarem. Porque fui muito ajudado, fui para grandes clubes onde sempre tive uma referência, com jogadores experientes. às vezes era só uma conversa que me deixava mais calmo, mais tranquilo.
Amadurecimento e carreira desde a saída do Vasco até o retorno
— Obviamente amadureci muito. Vivi coisas boas e não tão boas, o que me fez amadurecer. Lembro que me formei aqui, nesta sala. Uma das minhas formaturas foi aqui (na Sede Náutica da Lagoa). Essa representação para crianças é muito legal para mim. Tive uma curta passagem pelo Vasco, meus títulos foram no exterior. Mas, em todos os lugares que fui, carreguei a bandeira vascaína com muito respeito e amor. Somos sempre um espelho para as crianças, por isso espero fazer as coisas certas para servir de exemplo para as crianças.
Até onde o Vasco pode chegar?
— Meu objetivo como jogador é lutar sempre por coisas importantes, por aquilo que acreditamos. Acredito muito que o Vasco é capaz de brigar por títulos. Tem um elenco qualificado. Souza e Alex são amigos e grandes jogadores. A chegada deles vai ajudar o Vasco, que é o mais importante.
Música para o regresso da estrela, “A Barreira vai virar dança”
— Já ouço muito essa música em casa, meus filhos não param de tocar. Estou ansioso para reencontrar a torcida no estádio, jogando. Mas, sempre que encontro um vascaíno na rua há um carinho, uma troca.
Conversas com Souza e Alex Teixeira
— Sempre quisemos voltar. Fomos criados aqui, temos amor pelo clube. Queríamos voltar e, se possível, juntos. É um momento importante, isso está acontecendo e estamos todos ansiosos para jogar juntos e ajudar o Vasco.
Ansiedade durante a negociação
— Sempre me imaginei jogando no Vasco. Nas redes sociais, muitas vezes enviei vídeos para minha esposa torcedora vascaína. Ela disse que era um público lindo e que queria estar lá tocando. Há cerca de cinco ou seis meses conversamos em família e manifestei o desejo de voltar ao clube. A partir daí começamos a conversar com o presidente.
Tempo de anúncio
— Foi um momento muito emocionante. Eu estava correndo nos exames médicos, indo de um lugar para outro. Falei ao telefone com minha esposa, com meus irmãos. O vídeo (da propaganda) que o Vasco fez foi uma covardia. Isso me emocionou e estou muito feliz por estar aqui novamente.
Pedrinho, sobre a suposta exigência de Coutinho por Souza e Alex Teixeira
— Ele nunca fez nenhuma exigência. Foi um pedido, uma sugestão. Houve uma avaliação técnica, da estrutura, de todo o esforço que o Coutinho fez para vir para o Vasco. A nomeação valeu a pena porque precisávamos de um meio-campo. Souza sempre foi muito apaixonado pelo Vasco, além de entregar muito tecnicamente. Alex também
Futuro no Vasco pós-empréstimo?
— Vamos passo a passo. Quero jogar o mais rápido possível com a camisa do Vasco, mas temos que pensar jogo a jogo. Vamos ver o que vai acontecer. Mas é assim que penso: tenho este ano para dar o meu melhor e retribuir todo o carinho à torcida que está em campo.
Relacionamento com treinador e elenco
— Ainda não conversamos. Durante a semana começarei a treinar com a equipe, terei contato com o treinador e com o elenco. Joguei na posição de meio-campista esquerdo, centralizado. Acho que isso varia dependendo da ideia do treinador. Isso é o mais importante. Depois dessa conversa, com certeza estarei disposto a jogar onde ele decidir. Mas o mais importante é querer ajudar o clube, independente da posição.