A base do governo Lula (PT) e os partidos de oposição disputam o “patrocínio” da inclusão de carnes e outras proteínas animais na cesta básica da Reforma Tributária. Lideranças partidárias afirmam que tanto o governo quanto o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP – AL) concordaram em aceitar o destaque do PL para evitar uma possível derrota.
Pouco antes da votação da emenda do PL para inclusão da carne na cesta básica durante o plenário desta quarta-feira (10), o relator do texto, Reginaldo Lopes (PT – MG) se mostrou favorável à medida. Como não era mais possível alterar o texto, ele teve que votar a favor do destaque do PL.
Em uma das últimas reuniões realizadas no gabinete de Lira para discutir mudanças no texto, lideranças partidárias – inclusive da base governista – já previam apoio ao destaque do PL, que propunha a inclusão da carne à alíquota zero.
“O governo viu que ia perder e resolveu aceitar o texto. Mas pelas regras era preciso aprovar o destaque do PL, com carnes, queijos e sal”, disse o líder do PL, Altineu Côrtes ( RJ).
Durante o plenário, a oposição comemorou a medida.
O apoio do governo foi declarado quase uma hora depois da aprovação do texto básico, que não incluía a carne na lista de produtos isentos.
“Vamos aceitar uma demanda que vem das vozes das ruas e era uma preocupação dos dirigentes. O presidente Lula se pronunciou dizendo que é preciso garantir o acesso à proteína”, disse Lopes.
Mesmo depois de dizer que o PT e o governo não fariam emendas para a carne, o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), comemorou a inclusão.
“Quero comemorar a inclusão das proteínas na cesta básica. A cada minuto a gente vive uma agonia. Um pouco mais ou menos não impacta na coluna. Um pouco mais ou menos não impacta na coluna”, disse.
Entender
A carne foi incluída de última hora na lista de produtos com alíquota zero do texto base da Reforma Tributária, graças ao destaque do PL, partido de Jair Bolsonaro, que recebeu 477 votos a favor.
Anteriormente, a carne teria redução de 60% na alíquota do ICMS (Imposto sobre Valor Agregado). A inclusão na lista de isentos ocorreu após pressão do setor do agronegócio, contrariando o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-A).
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