Ben Stansall
Com uma cerimônia mais convencional que a de abertura, Paris fecha neste domingo (11) a cortina de uma festa olímpica em que participam figuras como Mijaín López, Simone Biles, Léon Marchand, Katie Ledecky… e Sifan Hassan, que venceu o feminino maratona pela manhã.
Em uma final emocionante, o holandês Sifan Hassan conquistou o ouro após ter conquistado dois bronzes no estádio Olímpico, nos 5.000m e nos 10.000m.
Hassan completou a prova de 42,195 km no tempo de 2 horas, 22 minutos e 55 segundos, estabelecendo um novo recorde olímpico. A medalha de prata foi para a etíope Tigst Assefa (2h22:58) e o bronze foi para a queniana Hellen Obiri (2h23:10).
Posteriormente, o ‘Stade de France’ será palco da cerimônia de encerramento a partir das 21h locais (16h em Brasília), na qual Tom Cruise e Snoop Dogg participarão do revezamento até Los Angeles, próxima sede das Olimpíadas em 2028.
Acrobatas, dançarinos e até bombeiros vão transformar o estádio de 2.800 m2 em uma grande festa.
– Distopia futurista –
Os organizadores anunciaram que a cerimónia de encerramento girará em torno de uma distopia futurista, na qual um personagem, “o viajante dourado”, interpretado pelo b-boy francês Arthur Cadre, redescobre os Jogos Olímpicos, como fez o Barão Pierre de Coubertin no século XIX. XIX.
Com duração em torno de duas horas e meia, será menor que a abertura do dia 26 de julho, que durou quatro e foi histórica porque não aconteceu em um estádio, mas ao longo do Sena e com atletas desfilando a bordo de 85 embarcações.
“Será um momento muito intenso para dizer ‘au revoir’ a todos os atletas”, anunciando os Jogos Paralímpicos – de 28 de agosto a 8 de setembro – e entregando-os ao Los Angeles-2028, comentou o presidente da comissão organizadora, Tony Estanguet.
O diretor artístico é mais uma vez Thomas Jolly, alvo de críticas por uma cena da abertura, que atores políticos conservadores – do Vaticano ao guia supremo iraniano, a Donald Trump – viram como uma paródia ofensiva da Última Ceia de Jesus com o seu apóstolos.
– Lendas vivas –
Antes da festa serão distribuídas as últimas medalhas.
Além da maratona feminina, pela primeira vez na história realizada no último dia (em vez da masculina), a selecção espanhola de andebol conquistou o bronze ao vencer a Eslovénia por 23-22.
Há também duas grandes finais femininas: basquete entre França e Estados Unidos, e vôlei entre americanas e italianas. Será o encerramento de 19 dias de competições, em que diversas estrelas fizeram história.
A lutadora cubana Mijaín López conquistou a quinta medalha de ouro consecutiva na mesma modalidade, feito inédito, e a nadadora norte-americana Katie Ledecky conquistou duas medalhas de ouro -800 metros e 1.500-, e agora com nove, é a mulher mais premiada nos Jogos Olímpicos , junto com a ginasta soviética Larissa Latynina.
O nadador francês Léon Marchand enlouqueceu a torcida local com suas quatro medalhas de ouro; a ginasta Simone Biles recuperou a saúde mental que a deixou de lado em Tóquio e também o trono em Paris com três ouros, incluindo a competição individual.
Na pista de atletismo, o saltador com vara sueco Armand Duplantis quebrou mais uma vez o recorde mundial com um voo de 6,25 metros.
– Sucesso público –
As competições em Paris tiveram um cenário luxuoso: a Torre Eiffel em frente à quadra de vôlei de praia, o Palácio de Versalhes nas provas equestres, o obelisco da Place de la Concorde acompanhando o BMX, sem esquecer as ondas do Taiti, onde o surfista Gabriel Medina protagonizou uma das imagens mais icónicas destes Jogos, levitando sobre a água, com o braço levantado.
A Sena foi outro dos grandes protagonistas.
Apesar dos 1,4 bilhão de euros (8,42 bilhões de reais a preços atuais) gastos na limpeza do rio, a organização foi forçada a cancelar vários treinos e adiar por um dia o triatlo masculino, embora todas as competições planejadas, incluindo a natação em águas abertas, tenham sido realizado.
Durante três semanas, os Jogos transformaram Paris numa cidade amigável, repleta de delegações, voluntários – 45 mil – e espectadores de todo o mundo, sem o temido caos nos transportes.
Tudo sob a vigilância de um enorme dispositivo de segurança, que incluía patrulhas mistas de polícia francesa e agentes estrangeiros.
O evento também foi um sucesso de público, apesar dos preços elevados: foram vendidos mais de 9,5 milhões de ingressos, bem acima do recorde anterior realizado em Atlanta 1996, quando foram vendidos 8,3 milhões.