O meio-campista James Rodríguez, durante a partida entre Colômbia e Argentina, em Barranquilla, no dia 10 de setembro de 2024
RAUL ARBOLEDA
Forte, firme e alto: um chute cheio de vingança de James Rodríguez deu à Colômbia a vitória sobre sua algoz Argentina, um impulso rumo à Copa do Mundo de 2026.
Por trás do pênalti do camisa 10, que selou o triunfo de terça-feira por 2 a 1 em Barranquilla, estava a dor de ter perdido a final da Copa América para os argentinos em julho.
Com esta pequena revanche, a seleção colombiana se firmou na caminhada rumo à Copa do Mundo dos Estados Unidos, México e Canadá, onde o técnico Néstor Lorenzo não quer chegar simplesmente como um dos 48 classificados.
Vencer a Argentina foi “perceber que é possível, estabelecer um teto alto e chegar a esse nível”, disse o treinador em conferência de imprensa.
Lorenzo se recusa a falar sobre as lições aprendidas com as derrotas e prefere focar no valor das vitórias.
“Acredito que uma equipe cresce quando consegue uma vitória importante. Em que sentido? Ela sabe o que tem que fazer para vencer”, acrescentou.
Com os resultados da rodada dupla das eliminatórias de setembro (além do empate em 1 a 1 com o Peru, em Lima), a Colômbia superou o Uruguai na tabela e agora é a segunda colocada com 16 pontos.
Apenas a Argentina (18), número 1 do ranking da FIFA, está mais adiantada no caminho para a Copa do Mundo de 2026.
– Competir com os melhores –
Apesar da derrota na Copa América, Lorenzo insiste no objetivo de tornar a Colômbia capaz de desafiar os maiores.
Desde que assumiu o comando da seleção, em meados de 2022, a seleção colombiana derrotou Brasil, Alemanha e Argentina em jogos oficiais e amistosos, e empatou com a Espanha, que mais tarde seria campeã europeia.
A ideia é “competir com os melhores” e “estar à altura”, acrescentou o treinador esta terça-feira, sorrindo por ter derrotado o seu também campeão mundial, Lionel Scaloni.
“Acho que não tem segredo para vencer o melhor time hoje, acho que é preciso fazer muita coisa bem”, comemorou.
James Rodríguez e outros jogadores no limbo do clube antes da chegada de Lorenzo concordam com a ideia de continuar a crescer sob a premissa de que a Colômbia pode sempre estar entre os favoritos.
“Nada é mais bonito do que vencer os grandes times”, comemorou o meio-campista Richard Ríos em entrevista à imprensa.
– Com James feliz –
Com o apoio de Lorenzo e após o gol contra a Argentina, James merece ser considerado o jogador mais importante da história da seleção colombiana.
Com quase metade das Eliminatórias concluídas, uma equipe que tende a incorrer na “dependência de James” espera que seu maior destaque seja feliz no Rayo Vallecano, tradicional, embora modesto, clube espanhol pelo qual assinou recentemente após a participação na Copa América, na qual ele foi eleito o melhor jogador do torneio.
Seu bem-estar em Madrid é fundamental para uma seleção que, com a classificação para a Copa do Mundo, busca uma posição elevada no ranking da FIFA para ser uma das cabeças de chave da Copa Norte-Americana de 2026.
“Queremos nos acostumar a jogar finais. Hoje foi só mais um jogo, mas contra um time que ganhou tudo. Então (a vitória) tem um gosto ainda melhor”, comemorou James.