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Chamada de “caixa d’água do Brasil”, a área do Cerrado abrange 2.036.448 km², ou 203,6 milhões de hectares. As áreas ocupadas pela agricultura ocupam 45,4% do Cerrado, e o principal uso é a pastagem, que é de 52%. A agricultura vem em seguida, com 28% da população, segundo o MapBiomas. O Monitor de Incêndios, nesta fase, mostra que entre janeiro e agosto deste ano, o incêndio queimou 4 milhões de hectares de floresta, dos quais quase 80% era vegetação natural.
Criado em 2003, o Dia do Cerrado, que é comemorado nesta quarta-feira (11), é uma homenagem ao ambientalista e um dos fundadores da Rede Cerrado, Ary José de Oliveira, formada por cerca de 50 organizações sociais que reúnem mais de 300 organizações .
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A manutenção do Cerrado também é condição para atividades agrícolas e pecuárias sustentáveis e de longo prazo. É importante lembrar que foi a tecnologia desenvolvida pela Agência Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) que permitiu sua utilização como solo fértil.
E o que deve ser protegido? O bioma é o segundo maior da América do Sul e só perde para o cerrado brasileiro. Uma terra seca com árvores retorcidas, que podem parecer empobrecidas, é uma explosão de biodiversidade. É chamada de floresta perdida. Para sobreviver, a maioria das árvores tem raízes profundas e ramificadas. Estima-se que dois terços da vegetação natural do Cerrado sejam subterrâneos.
A Forbes mostra cinco projetos que buscam restaurar o bioma, com esforços para restaurar áreas danificadas e métodos de produção sustentáveis no campo:
1 – Programa Pró Carbono Commodities, da Bayer
O programa PRO Carbono Commodities foi criado pela Bayer, empresa internacional de biotecnologia, com o objetivo de medir a remoção de carbono do solo por meio de métodos renováveis de produção de grãos. Em 2023, o programa entregou a primeira remessa de soja neutra em carbono e livre de desmatamento do Brasil.
São 3 valores, dos quais 8 podem ser monitorados através da análise do local e 5 através da análise de listas jurídicas públicas, entre eles, por exemplo, desmatamento, uso de recursos, mudança de uso de terras e propriedades. A calculadora de abdução foi desenvolvida em parceria com a Embrapa.
O programa registrou os dados de 240 mil toneladas de soja produzidas, que foram verificados pelo Bureau Veritas e enviados para a ADM orgânica certificada, com informações de produção e estatísticas de emissões via QRCode e blockchain. Segundo a Bayer, o programa deverá ser ampliado para outras culturas, inclusive o milho.
2 – Fazenda Entre Rios, Planaltina (DF)
A parceria de dez anos reúne a Fazenda Entre Rios, a Embrapa Cerrados – unidade localizada em Brasília -, e a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Trata-se do Projeto Biomassa, que busca ajudar os produtores a aliar a produtividade agrícola à sustentabilidade.
“Permitimos que a ciência entre na fazenda para entender como regenerar a área, de acordo com as exigências do Código Florestal, o custo da regeneração e ainda ter lucro econômico. Então, entendemos a importância do projeto e decidimos implementá-lo “, explica Adriano Varela Galvão à Forbes, sócio da Guzerá da Capital e da Fazenda Entre-Rios, de Planaltina (DF), que se tornou o local de testes do projeto. . O Projeto Biomas, com apoio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES), possui centros de pesquisa em seis biomas brasileiros.
A Fazenda Entre Rios, que já possuía reserva legal própria, dedicou 40 hectares à implantação do projeto em 2012. Foram plantadas 106 árvores nativas, como baru (Dipteryx alata), e monitores. “O projeto Biomas na fazenda termina em 2022, mas mantemos os métodos que aprendemos para regenerar o Cerrado com árvores nativas”, afirma.
Segundo o produtor, a recuperação das áreas ajudou a criar um refúgio na floresta e por isso aumentou o aparecimento de animais como leopardos e macacos, além de espécies de aves. A fazenda também utiliza outros métodos de manejo sustentável, como o uso de fertilizantes orgânicos, métodos de semeadura direta e manejo integrado de pragas.
3 – Pulseira
A Bracell, multinacional de Singapura de propriedade da Royal Golden Eye (RGE) e uma das maiores fabricantes de fábricas de celulose do mundo, estabeleceu um “Compromisso One-To-One” até 2022, que inclui o bioma Cerrado. Embora suas fábricas estejam localizadas em Lençóis Paulista (SP) e Camaçari (BA), a gigante está construindo uma unidade no Mato Grosso do Sul. É um exemplo de investimento onde a conservação tem um papel importante.
Naquele evento, a empresa anunciou investimento de R$ 12 milhões no projeto de conservação, até 2025. Com um bioma para cada hectare de eucalipto plantado, a Bracell se propôs conservar ou apoiar a conservação de um hectare de cerrado no mesmo local. A empresa, que já possuía 50 mil hectares de eucalipto, deverá plantar mais 50 mil hectares de árvores. O compromisso abrange também os biomas Mata Atlântica e Caatinga, nos estados de São Paulo e Bahia.
4 – Programa Global de Reflorestamento da Nestlé
A multinacional suíça Nestlé Brasil anunciou, em junho deste ano, um projeto de reflorestamento que inclui 6 milhões de árvores de 100 espécies nativas no Cerrado e na Mata Atlântica de Minas Gerais. Esta iniciativa faz parte do Programa Global de Reflorestamento (GRP) da Nestlé, cujo objetivo é plantar e manter 200 milhões de árvores naturais em diferentes partes do mundo até 2030. O início será em 2027 e a manutenção levará 30 anos.
A proposta é investir em projetos de desenvolvimento e conservação do Cerrado, com o objetivo de reduzir os efeitos das mudanças climáticas. Um dos principais objetivos é aumentar a produção de água no bioma. O projeto é gerido pela NatureCo, uma ONG global fundada em 2021 por Neil Salisbury e Todd Berkinshaw, com o objetivo de monitorizar projetos de carbono.
O desmatamento no Brasil tem como parceiro o Instituto Espinhaço, Conceição do Mato Dentro, município do Cerrado Mineiro. Outros dois representantes localizados no bioma, mas para pesquisa, estão neste projeto: o campus de Sete Lagoas e Gouveia, da Universidade Federal de São João del-Rei.
5 – Equipe MEC, em Cristalina (GO)
A equipe do MEC assumiu três fazendas no estado de Cristalina (GO) e no Distrito Federal, que há cerca de trinta anos produzem grãos, como soja, milho, feijão e arroz, além de hortaliças, como alho, cenoura e . batatas, além de gado mestiço britânico. O grupo implementou agricultura regenerativa e técnicas de regeneração natural de plantas e tem sido um modelo para o uso de tecnologia verde. Uma delas, a fazenda Perdizes, trata de feijão com alto rendimento, em parceria com o IAC (Instituto Agronômico de Campinas) e a Embrapa.
“Aproveitamos também resíduos da produção pecuária, como ciclagem de nutrientes e produção de substâncias minerais”, afirma o agrônomo Willian Matté, um dos quatro sucessores da segunda geração da equipe criada pela família de Matté e Cortes. Matté afirma que entre os métodos de agricultura regenerativa estão o uso de cerca de 20 tipos de culturas de cobertura, o método de cultivo consorciado para fixar carbono e aumentar a matéria orgânica do solo. “Os resultados desses métodos levam à redução da necessidade de muitas áreas, porque nossa produção já é alta. No bioma também vimos a diversidade de animais e plantas, parasitas e aumento da fertilidade”, afirma.
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