O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quarta-feira (11) que a baixa umidade do ar e o tempo seco que devem durar até o final de setembro devem afetar o preço dos alimentos e, consequentemente, pressionar a inflação.
“A inflação é um pouco preocupante, principalmente por causa do clima. Estamos acompanhando a evolução da questão climática, o efeito do clima no preço dos alimentos e eventualmente no preço da energia faz com que nos preocupemos um pouco com isso”, disse Haddad aos jornalistas do Ministério da Fazenda.
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Ele destacou, porém, que a solução para o problema não é a elevação da taxa básica de juros (Selic), que atualmente está em 10,5%. “Mas esta inflação, decorrente deste fenómeno, não se resolve com juros, os juros são outra coisa”, acrescentou.
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) se reúne na próxima semana para decidir se altera a taxa Selic. A previsão do último Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira (9), é que a taxa passe dos atuais 10,50% para 10,75% ao ano.
“O Banco Central tem um arcabouço técnico muito consistente para tomar a melhor decisão e vamos aguardar o Copom da próxima semana”, afirmou o ministro.
Deflação em agosto
A inflação do país foi de -0,02% em agosto, uma queda de 0,40 pontos percentuais (pp) em relação ao mês anterior (0,38%). Esta é a primeira taxa negativa desde junho de 2023, quando o índice registrou queda de 0,08%. O resultado foi influenciado pela queda em Habitação (-0,51%), após redução nos preços de energia elétrica residencial (-2,77%), e Alimentação e bebidas (-0,44%), com segunda queda consecutiva em Alimentação no domicílio (-0,73%). %). No ano, a inflação acumulada é de 2,85% e, nos últimos 12 meses, de 4,24%. Os dados são do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado nesta terça-feira (10) pelo IBGE.
O gerente da pesquisa, André Almeida, destaca a mudança de bandeira tarifária de energia como fator preponderante para explicar a queda no grupo Habitação. “A principal influência veio da energia elétrica residencial, com o retorno à bandeira tarifária verde em agosto, onde não há cobrança adicional na conta de luz, após a mudança para a bandeira amarela em julho”, pontua.
No grupo Alimentação e bebidas (-0,44%), alimentação no domicílio (-0,73%) apresentou a segunda queda consecutiva, após cair 1,51% em julho. Foram observadas quedas nos preços da batata-inglesa (-19,04%), do tomate (-16,89%) e da cebola (-16,85%).
“O principal fator que contribuiu para a queda dos preços foi a maior oferta desses produtos no mercado devido ao clima mais ameno no meio do ano, que favorece a produção desses alimentos, com maior ritmo de colheita e intensificação da produção. colheita”, destaca Almeida.
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