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O setor de serviços do Brasil interrompeu dois meses consecutivos de crescimento e estabilidade registrados em maio. No entanto, foi um resultado melhor do que a expectativa de pesquisa da Reuters, de queda mensal de 0,8%, em meio a preocupações com os efeitos das chuvas que devastaram o Rio Grande do Sul. índice de turismo.
Na comparação com o mesmo mês de 2023, o volume de serviços aumentou 0,8%, segundo dados divulgados nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A previsão da pesquisa da Reuters era de alta de 0,1% no ano.
Em maio, o setor de serviços ficou 12,7% acima do nível pré-pandemia, em janeiro de 2020, e 0,9% abaixo do ponto mais alto da série histórica, em dezembro de 2022.
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A expectativa é que o setor de serviços ajude e fortaleça o desempenho da economia brasileira em um ambiente favorável ao consumo, com mercado de trabalho aquecido, controle de preços e crescimento da renda. Esta situação levou algumas instituições financeiras a reverem a previsão de crescimento económico do país.
“Em nossa opinião, os dados de desempenho mais recentes sugerem que o PIB do segundo trimestre poderá crescer mais de 1%. Adicionamos um viés ascendente à nossa meta de crescimento de 2,2% para o PIB de 2024”, disse Claudia Moreno, economista do C6 Bank.
Da mesma forma, o economista Étore Sanchez, da Ativa, avalia que o desempenho do setor de serviços foi uma boa surpresa em maio, elevando a perspectiva de expansão do PIB de 1,9% para 2,0% este ano.
Contudo, a inflação parece ser uma preocupação, especialmente nos serviços, uma vez que o Banco Central interrompeu o ciclo de flexibilização monetária e manteve a taxa Selic em 10,5% em junho.
“O lento declínio da taxa de crescimento (dos serviços), mesmo no contexto de um mercado de trabalho aquecido e de ganhos de capital contínuos, faz com que a teoria da transferência de lucros na economia como um todo não seja apenas acreditada, mas também a crença de que a sua os efeitos já estão atingindo até o setor de serviços”, disse Matheus Pizzani, economista da CM Capital.
Das cinco indústrias pesquisadas, três tiveram queda no volume em maio, com destaque para a queda de 1,6% no setor de transportes.
“É influenciado principalmente pelo baixo rendimento do transporte aéreo, e agora do transporte público rodoviário”, disse Rodrigo Lobo, diretor de pesquisa.
O número de transportes aéreos diminuiu 15,3% em maio face a abril, enquanto o número de passageiros em geral diminuiu 7,0%.
As atividades de informação e comunicação (-1,1%) e outros serviços (-1,6%) também registaram queda em volume.
Por outro lado, os serviços domésticos aumentaram 3,0% em termos mensais, liderados pelos restaurantes, enquanto os serviços profissionais, administrativos e auxiliares aumentaram 0,5%.
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“A ocorrência do Dia das Mães pode ajudar a explicar essa evolução, considerando o grande movimento de pessoas que frequentam as reuniões familiares. Além disso, a exposição da Madonna aconteceu no Rio de Janeiro”, disse Lobo sobre o funcionamento dos serviços prestados às famílias.
O índice de emprego turístico também foi afetado pelas enchentes que assolaram o Rio Grande do Sul em maio e caíram 0,2% em relação a abril, após dois meses de ganhos.
O IBGE enfatizou que a avaliação do Rio Grande do Sul no setor de serviços em geral precisará de mais tempo, mas no turismo o Governo reportou queda de 32,3%.
“Este resultado explica-se, em grande medida, pelos desastres provocados pelas cheias, que destruíram as infra-estruturas dos serviços, destruíram as infra-estruturas das aldeias e reduziram, em grande medida, a mobilidade dos cidadãos”, disse o director. do IBGE.