Desde o início de sua coletiva de imprensa, Memphis Depay demonstrou enorme respeito pelo futebol brasileiro. Assim, em determinados momentos, o holandês mencionou craques como Neymar e Ronaldo, que tem ligação com o Corinthians e com o PSV, clube no qual foi revelado.
“Um dos jogadores que mais me inspirou foi o Ronaldo. Jogou no PSV, no Barcelona e também aqui. Pela forma como ele tocava, sempre disse que ele me inspirava. Para mim, vai mais longe. Os brasileiros, ao redor do mundo e aqui, não precisam me agradecer por falar com respeito. Você contribuiu para o futebol em todo o mundo, você nos inspirou. Ronaldo me inspirou muito.”
Quando acertou com o clube paulista, a curiosidade tomou conta das redes sociais. Afinal, o jogador balançou as redes há dez anos, vestindo a camisa da Holanda, na Copa do Mundo, disputada no Brasil. Assim, o gol saiu em Itaquera, no estádio do Corinthians, na vitória por 2 a 0 sobre o Chile, pela fase de grupos.
“Para ser sincero, não sabia que já tinha marcado aqui. Foi especial. Foi minha primeira experiência no Brasil há dez anos, marquei meu território em Copas do Mundo. Dez anos depois estou aqui para competir, isso é algo especial. Não queria pensar muito na posição na tabela, estou pensando mais em como posso ajudar aqui, onde o futebol é uma paixão. Isso me inspira e me inspirará por muitos mais anos. Muito obrigado por me lembrar do que aconteceu há dez anos aqui no Brasil, foi um sonho jogar aqui”, lembrou.
Inspirando pessoas e ancestrais
Ao longo da entrevista, Memphis deixou claro que tudo em sua vida tem um propósito e um deles é inspirar as pessoas. O agressor falou então sobre sua ascendência, sendo seu pai um refugiado de Gana, e que ao conhecer o país se apaixonou por sua história.
“A minha mãe é holandesa, o meu pai é um refugiado do Gana. Só tive a chance de ver minhas raízes aos 22 anos. As coisas nem sempre funcionam do jeito que você deseja. Cresci na Holanda, meu pai me deu caráter. Quando fui para Gana, comecei a aprender a história dos meus antepassados. Então, o sangue que carrego vem de uma tribo guerreira de Gana”, explicou Depay.
“A história remonta ao tráfico de escravos, tenho essa ancestralidade em mim. Temos brasileiros em Gana, isso é engraçado. Quando falo em propósito é sobre isso. Foi então que percebi minha ligação com o Brasil e com o povo brasileiro, muito antes de tocar na Espanha ou na França. Estou conectado com jogadores brasileiros. Quando cheguei aqui, aliás, vi o espírito e achei tudo muito parecido”, acrescentou.
“Eu senti a conexão. Se eu estivesse em Gana, teria lugares lindos para conhecer, mas com muita desigualdade. Sinto essa ligação com o Brasil. Nesse sentido, vocês me verão de terno e gravata, mas estou fazendo muito trabalho de bastidores, de base. Sou eu, estou aqui para jogar futebol e preencher essa lacuna entre lá e aqui. Afinal, isso tudo é muito grande”, finalizou.
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