(arquivo) O presidente da Agência Mundial Antidoping (Wada), Witold Banka, durante entrevista coletiva antes dos Jogos Olímpicos de Paris 2024
Fabrice COFFRINI
Um relatório final confirmou, nesta quinta-feira (12), que a Agência Mundial Antidoping (Wada) não demonstrou “favoritismo” em relação à China no caso dos 23 nadadores daquele país que foram autorizados a competir após testarem positivo em um teste antidoping. -teste de doping em 2022.
Mas também concluiu que as regras antidopagem e os processos administrativos da Wada poderiam ser ainda mais fortalecidos, algo que a própria agência reconheceu.
O autor do relatório, o procurador suíço Eric Cottier, disse ter descoberto que “a Wada fez o seu trabalho de forma autónoma, independente e profissional, e não há provas em contrário”.
Isto coincide com as conclusões provisórias anunciadas no início de julho.
Cottier observou ainda no relatório final que algumas regras antidoping não foram respeitadas pela agência chinesa (Chinada), mas acrescentou que “isto não altera o desfecho dos casos, nem a aceitação da hipótese de contaminação”.
Em abril passado, o New York Times e a emissora alemã ARD relataram que os 23 nadadores chineses testaram positivo para a droga proibida trimetazidina (TMZ) antes dos Jogos de Tóquio de 2021, mas não foram sancionados pela Wada.
As autoridades antidopagem chinesas determinaram que os atletas ingeriram inadvertidamente a substância proveniente de alimentos contaminados no seu hotel e que não se justificava qualquer acção contra eles.
A Wada aceitou o argumento das autoridades chinesas e não sancionou os nadadores, 11 dos quais foram selecionados para os Jogos Olímpicos de Paris 2024, realizados em julho e agosto passados.
O caso causou alvoroço global e as autoridades antidoping dos EUA acusaram a Wada de encobrimento.
O diretor-geral da Wada, Olivier Niggli, mostrou-se satisfeito com o relatório final divulgado esta quinta-feira.
“Há certamente lições que a Wada e outros podem aprender com esta situação”, disse ele num comunicado, ao mesmo tempo que se compromete a seguir as recomendações para fortalecer o sistema global antidoping para os atletas.
Estas recomendações incluem a melhoria das directrizes internas da Wada para a gestão de casos de doping; melhorar a comunicação sobre casos suspeitos com atletas e agências nacionais antidopagem; e otimizar um banco de dados chamado ADAMS para alertar os funcionários quando há atrasos na análise de testes, por exemplo.
A Wada disse que um grupo de trabalho foi convidado para apresentar recomendações em dezembro.