Contratado por Bruno Henrique, De Arrascaeta marcou o gol que levou o Flamengo à 17ª semifinal da Copa do Brasil de sua história – recordista no país. Léo Ortiz, porém, também deve receber o crédito pelo feito, já que atuou como uma espécie de autor intelectual da peça. Contratado como zagueiro, o meio-campista precisou voltar às origens, na juventude, para se reinventar em mais uma função no Rubro-Negro.
Adaptar-se – ou readaptar – à função não tem sido uma missão tão simples para Léo Ortiz, que já revelou sua preferência pela defesa. O jogador, porém, se disponibilizou para atuar na ‘volance’ dadas as deficiências do elenco e até tem buscado se especializar mais no setor.
“Essa oportunidade surgiu principalmente na Copa América. Acredito que venho melhorando e crescendo em relação a isso. Acho que a cada jogo, a cada treino, a cada momento tenho que refletir sobre o que fiz no jogo. O que acertei e o que errei para adaptar e desenvolver meu jogo. Mesmo tendo desempenhado essa função na base, ainda estou me reinventando e voltando a alguns comportamentos que tinha lá”, e finalizou:
“Sempre conversamos, não só com o Tite, mas com todos os auxiliares e analistas. Gravo vídeo para analisar e estudar. Hoje eu tenho uma maturidade muito boa para eu mesmo pegar os vídeos e analisar, crescer junto”.
Envolvimento com companheiros
A readaptação à “volância” ocorre paralelamente à adaptação ao estilo de jogo do Flamengo. E a química, que evolui a cada treino ou partida, pode ser considerada peça fundamental em todo esse processo. Dominar não apenas a sua função, mas as principais características dos seus companheiros pode facilitar o seu próprio desempenho em campo – e Ortiz sabe disso.
Na origem do gol, por exemplo, Ortiz revelou que buscava inicialmente uma especialidade de Arrascaeta: o passe nas entrelinhas. A tentativa deu errado ao rebater no adversário e o volante acionou a velocidade de Bruno Henrique.
“Na verdade, procurei o Arrasca durante todo o jogo, em todos os momentos nas entrelinhas. Sei que ele gosta muito de atuar nessa função lá, sabemos o quanto ele dificulta os adversários nessa posição em campo. Tentei procurar, aí ela respondeu, e sabemos que agora temos outro homem ali, com outra característica”, e continuou:
“O Pedro já é um jogador mais de retenção, que segura a bola, e sabemos que o Bruno é um cara que sempre tenta atacar o espaço. Assim que ela bateu, passei para frente, procurando profundidade. É claro que também temos que valorizar a movimentação do Bruno, que vinha buscando isso durante todo o jogo. Às vezes você não consegue pensar muito, mas é mais uma questão de ter uma ideia do que o invasor gosta de fazer.”
Nova função no Flamengo
O novo papel é na verdade um velho conhecido de Léo Ortiz. Na verdade, no que diz respeito ao Flamengo, não pode sequer ser tratado como algo inédito ou improvisado. Isso porque o jogador tem atuado mais vezes como meio-campista do que como zagueiro desde que chegou ao clube, no início do ano.
O próprio Léo Ortiz discorda do termo ‘improvisação’ ao descrever seu papel no grupo. O zagueiro foi deixado de lado até nas oportunidades após a Copa América, quando, na verdade, precisava suprir necessidades do setor.
“Não dá para chamar isso de improvisação, já fiz esse papel muitas vezes. Não tenho certeza dos dados, mas acredito que joguei mais como meio-campista do que como zagueiro desde que cheguei. Acho que já estou me acostumando com o papel. Claro que mantenho minha função original, que é de zagueiro, mas hoje estou mais adaptado lá, encontrando mais espaços e conseguindo desenvolver meu jogo do jeito que gosto e do jeito que o time precisa também”, disse no misto. zona do Maracanã.
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