Uma medalha de ouro nas Olimpíadas tem mais valor do que um título mundial na WSL
Os Jogos Olímpicos se aproximam no calendário do surfe e os atletas fazem os ajustes finais para a tão esperada batalha em Teahupo’o, no Taiti. A janela de competição abre no dia 27/07 e vai até 05/08. A expectativa da International Surfing Association (ISA) é que as condições do mar estejam adequadas para a competição logo na abertura do evento, que deve durar quatro dias. Os atletas brasileiros têm grandes chances de ganhar medalhas e muitos competidores já viajaram até o local para treinar.
As Olimpíadas de Paris são as segundas da história a sediar o surf. Em 2021, no Japão, Ítalo Ferreira subiu ao lugar mais alto do pódio e conquistou a medalha de ouro que ficou para a história da modalidade. Na categoria feminina, a americana Carissa Moore fez a festa e foi a vencedora da etapa na praia de Tsurigasaki, em Chiba. Com a crise que a WSL enfrenta na atual temporada, o evento olímpico pode ser uma virada no surf.
Na temporada de 2024, o potencial do Brasil nos Jogos é enorme. Entre os favoritos na categoria masculina, Gabriel Medina e John John Florence aparecem como grandes candidatos ao título em Teahupo’o. Dois campeões mundiais da WSL, os maiores rivais de sua geração no surf, lutam pelo prestígio de portar a medalha de ouro. João Chianca e Filipe Toledo correm por fora, mas podem surpreender e subir ao pódio.
O pico do evento é sagrado para o surf e esse fator torna uma eventual conquista ainda mais valiosa. Teahupo’o é uma onda tubular que todos os atletas sonham em vencer uma etapa e, principalmente, as Olimpíadas. No ranking da WSL, sete dos 10 primeiros colocados têm vagas confirmadas para os Jogos. Na etapa do campeonato mundial disputada em maio, o Florence foi vice-campeão contra o Ferreira e a anfitriã Vahine Fierro conquistou o campeonato feminino.
A ausência do campeão masculino de 2021 é um ingrediente a mais para um evento que tem tudo para fazer história no surf. Ainda é cedo para dizer, porém, que as condições do mar durante a semana das Olimpíadas deverão ser muito boas e animadoras para os surfistas e o público. Uma mudança curiosa na comparação entre os Jogos e a WSL é que a ISA não permite que torcedores acompanhem as eliminatórias em barcos posicionados no canal, cenário tradicional no Taiti.
A corrida por medalhas na edição de 2024 se mostra mais valiosa que o troféu da WSL por causa do palco para a decisão. No campeonato mundial, a final está marcada para setembro, numa onda que define os campeões há três temporadas. Até hoje, Trestles não convenceu os torcedores, nem os atletas, de que se trata de um pico com qualidade suficiente para sediar a etapa final do ano. Depois de muitas críticas do público, da saída dos surfistas da WSL e das próprias Olimpíadas, a liga decidiu que a final de 2025 será em Fiji.