MANDEL NGAN
O Fundo Monetário Internacional (FMI) deixou inalterada nesta terça-feira (16) a sua previsão de crescimento global para 2024, antecipando uma melhoria na China e na Índia e confirmando previsões anteriores para as economias avançadas.
Na terceira e última atualização do seu relatório anual, o FMI prevê um crescimento de 3,2% este ano e melhora ligeiramente a sua previsão para 2025 para 3,3% (+0,1 ponto percentual).
O Fundo já tinha revisto duas vezes as suas previsões para este ano, tendo ambas aumentado ligeiramente desde Outubro passado.
Ainda assim, o crescimento global permanece numa tendência historicamente baixa no médio prazo, longe dos 3,8% registados entre 2000-2019.
Por outro lado, a economia da América Latina e das Caraíbas está a piorar ligeiramente. Crescerá 1,9% este ano (-0,1 pp) e 2,7% em 2025, estima o FMI.
O Fundo prevê que a economia brasileira cresça 2,1% (-0,1 pp) e a economia mexicana 2,2% (-0,1 pp). A revisão em baixa deve-se “ao impacto a curto prazo de grandes inundações”, afirma a organização financeira.
Para 2025, as previsões melhoram: a economia brasileira cresce 2,4% (+0,3pp) e a economia mexicana 1,6% (+0,2pp).
“Temos duas áreas de preocupação”, alertou o economista-chefe do FMI, Pierre-Olivier Gourinchas, em declarações à AFP.
“Um refere-se à trajetória orçamental de um certo número de países onde as finanças públicas têm estado muito tensas (…) e o segundo às políticas industriais e comerciais, e ao risco de fragmentação geoeconómica”, explicou.
O fosso entre as principais economias mundiais continuará a ser significativo em 2024, prevendo-se um crescimento de 2,6% para os Estados Unidos, ligeiramente 0,1 pontos percentuais abaixo da estimativa anterior, face a apenas 0,9% para a zona euro (+0,1 pp que em março).
Para a principal economia mundial, “a nossa projeção não varia enormemente e não esperamos uma grande variação no caso de redução das taxas”, frisou Gourinchas.
Na Europa, “a atividade continua mais forte nos serviços do que na indústria, o que significa que os países que dependem da indústria, como a Alemanha, estão um pouco atrás”, explicou Gourinchas.
As previsões para a economia alemã permanecem, portanto, inalteradas (+0,2%).
Em Espanha verifica-se o contrário, com uma previsão de crescimento de 2,4% (+0,5 pp), mantendo-se entre as economias europeias mais vigorosas.
O Fundo está mais optimista do que em Março, especialmente para a China e a Índia, graças à procura interna e ao aumento das exportações.
Para a China, a revisão é de 0,4 pontos, prevendo-se agora um crescimento de 5%, enquanto o crescimento da Índia deverá atingir os 7% (+0,2 pp).
A Rússia permanece inalterada em 3,2% este ano.