EMMANUEL DUNAND
Um perímetro de segurança será ativado em Paris, às margens do rio Sena, a partir da manhã de quinta-feira (18) até o dia 26 de julho, quando acontecerá a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos.
Cerca de 326 mil espectadores – 104 mil em lugares pagos no cais inferior e 222 mil gratuitos no cais superior – deverão assistir à cerimónia de abertura no Sena, a primeira na história dos Jogos a ser realizada fora de uma instalação desportiva.
A barreira náutica anti-intrusão está finalmente pronta no rio, a leste de Paris, e sonares já foram colocados no seu fundo.
O Exército Francês está mobilizando “meios excepcionais” para garantir a área de embarque dos 10 mil atletas que participarão da cerimônia de abertura dos Jogos.
Um batalhão de cerca de 800 militares especializados está mobilizado há cerca de 15 dias, numa área com quatro quilómetros de comprimento e dois quilómetros de largura, para uma operação de segurança de grande envergadura que culminará no dia 26 de julho, dia da cerimónia fluvial que marcará a início dos Jogos Paris 2024.
“Esta missão é complexa e inédita”, destacou o tenente-coronel Olivier, que se identificou apenas pelo primeiro nome de acordo com as regras do Exército, durante apresentação do dispositivo à imprensa nesta quarta-feira.
A complexidade deve-se ao ambiente particular, uma vez que Paris é densamente povoada e o Sena é muito vulnerável a possíveis intrusões marítimas e aéreas.
Entre os 800 militares mobilizados estão mergulhadores de combate, “responsáveis em parte pela segurança da parte subaquática”, embarcações fluviais que controlam as zonas do Sena, grupos de investigação de inteligência que controlam drones ou ainda equipas e unidades cinestésicas encarregadas de interceptar e/ou incapacitar qualquer drone que penetre no perímetro.
Num barco, os jornalistas assistiram a um exercício de patrulha fluvial. “É um procedimento que nos permite certificar toda a área protegida do Sena”, explica o capitão Quentin.
A zona protegida será ativada a partir desta quinta-feira. A partir de então, apenas navios autorizados poderão acessá-lo.
Na ponte Charles de Gaulle, a barreira náutica está prestes a fechar.
Esta barreira é composta por redes na superfície “para deixar um fluxo livre” até ao Sena, mas uma rede pode descer rapidamente até ao fundo do rio se for detetada uma ameaça, destacou Carl, engenheiro militar.
Nas margens, os soldados praticam o uso dos drones comerciais Parrot Anafi, modelo ultrarrápido que se move até 22 metros por segundo, equipado com câmera infravermelha e zoom de alto desempenho.
“A missão deles será monitorar, esclarecer dúvidas e também atuar como dissuasor”, disse um militar que se identificou como Guillaume.