O mercado de ações entrou em pânico no início de 9 de setembro. O VIAJANTE Relatório de focodivulgado pelo Banco Central (BC) todas as segundas-feiras, mostrou um rápido e forte aumento nas expectativas para a taxa referencial Selic para dezembro de 2024. Os juros esperados para o final deste ano subiram para 11,25%, após ficarem em 10,50% por 12 semanas consecutivas.
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A mudança de foco teve a oportunidade de reescrever o roteiro do que poderia acontecer na quarta-feira (18), quando a Comissão de Política Financeira (Copom) é combinado para decidir se deve ou não converter a taxa de juros Selic. Exagero do mercado?
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Não muito. A mudança aparentemente drástica já havia sido percebida pelos economistas desde o início de setembro. No dia 3, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) anunciou crescimento de 1,4% em Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre, acima da projeção de 0,9% dos economistas consultados pela Reuters.
Combustível para a inflação
O crescimento económico não é o problema, mas a inflação é o seu resultado.
Uma bateria de indicadores mostra que, atualmente, a atividade económica funciona como combustível para a aceleração inflação. Por exemplo, a taxa de desemprego atingiu o menor nível já medido pelo IBGE, de 6,8%, no segundo trimestre.
O crescimento do setor de serviços também acelerou 1,2% em julho, superando as estimativas de 0,1%, e as vendas no varejo aumentaram 0,6%. A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPCA) recuou 0,2% em agosto, mas não trouxe calma.
Para quem acompanha de perto os indicadores, um aumento nas taxas de juro deverá ser o primeiro passo. Dalton Luis Gardiman, economista-chefe da Ágora Investimentos, casa de investimentos do Bradesco, a análise do Focus para a Selic está longe de ser exagerada. “A vantagem raramente é inferior a 1 por cento. Se for menor que isso, poderá aumentar a incerteza sobre a confiança do BC”, disse.
Ele não é o único: Carla Argenta, economista-chefe da CM Capital – instituição que premiou o BC como um dos cinco melhores nas estimativas da análise Focus em 2023 -, e Luciano Sobral, economista-chefe especialista da Neo Investimentos – gestor. com cerca de R7 bilhões sob controle – ressaltam que o relatório é consistente com os dados divulgados até o momento.
Selic: O que o Copom fará?
Segundo os contratos de opções do Copom negociados na B3 – e que permitem aos investidores “apostar” qual será a decisão do comitê -, 76,5% concordam com um aumento de 0,25 p.p. Depois disso, 15% veem aumento de 0,5 pp, 8% veem nível de manutenção e menos de 0,30% indicam aumento igual ou superior a 0,75 pp.
Carla Argenta, da CM Capital, vê vários caminhos possíveis para restaurar o ciclo ascendente – uma mudança moderada no início e depois mais intensa, ou o contrário. Para ele, um aumento forte – de 0,5 p.p. – pode fazer com que o mercado confirme suas expectativas para a inflação e não tenha dúvidas sobre a credibilidade da instituição.
Gardiman, da Ágora, não acredita que haja um aumento de 0,5 pp na mesa. “Durante as negociações de três semanas atrás, eles [diretores do BC] eles não falavam a língua. Se houvesse necessidade de um aumento desta magnitude, já teria sido nas línguas antes mesmo do tempo de silêncio. Mudar demais exigiria muito medo, e isso não aconteceu. Os indicadores estão dentro da margem de erro”, explica.
Apesar da convergência ascendente, os economistas não acreditam que o BC se comprometerá com a dimensão dos cortes futuros.
No último ciclo de alta, iniciado em março de 2021, o BC foi contra as expectativas do mercado. A correção ficou acima do esperado – 0,75 p.p., contra o consenso de 0,5 p.p.
Depois da Super Super Quarta-feira
Tanto o Bradesco quanto o Bank of America acreditam na Selic de 12% ao ano no pico do ciclo de alta – o que deve acontecer no início do ano que vem. A CM Capital vê uma taxa de juro prime de 11,75%, enquanto a Neo Investimentos tem estimativa em linha com a vista no Focus, em 11,25%.
O status do Focus, entretanto, pode mudar drasticamente no fim de semana. Isso porque, além da interpretação das taxas de juros, os investidores também estão atentos ao tom do comunicado que será divulgado pelo BC.
O economista-chefe da Neo Investimentos acredita que a comunicação e o tom adotados pelo Copom são mais importantes do que o tamanho da emenda em si. “Eles deveriam deixar suas opções em aberto como Plano A. O que preferimos é fazer esse aumento gradativamente”, finaliza.
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Noutros lugares, a expectativa é que a Reserva Federal aumente novamente a sua taxa de juro, pela primeira vez em quatro anos. Dependendo da sinalização do Fed, as expectativas para a Selic também podem mudar.
Mas esses são os acontecimentos dos próximos capítulos.
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