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A ministra do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, Marina Silva, disse nesta terça-feira (17) que, no momento, todo incêndio florestal no país é crime, pois há proibição do uso do fogo na área em todo o país.
Em entrevista ao programa Bom Dia, do CanalGov, a ministra Marina também disse que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva está trabalhando para aumentar a pena para incêndio criminoso, indicando que agora as penas previstas são muito leves.
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“Neste momento, qualquer incêndio é conhecido como incêndio criminoso. Existe proibição do uso do fogo em todo o país”, afirmou o ministro no programa.
“É claro que as sanções hoje, posso dizer, não são suficientes para combater aqueles que não respeitam a lei e usam o fogo, causando esta situação estranha no nosso país”, acrescentou. O ministro falou sobre uma proposta no Congresso que prevê agravar esses crimes, aumentando assim as penas.
“Existem projetos de lei no Congresso Nacional, como o do senador Fabiano Contarato (PT-ES), que confirmam que o incêndio criminoso deve ser considerado crime grave e terá uma punição mais severa.
O ministro disse que o Brasil é atualmente vítima de uma “aliança criminosa” entre as mudanças climáticas – que provocaram uma seca recorde no país – e pessoas que provocam incêndios propositalmente, agravando o problema.
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Marina também descreveu como “terrorismo climático” os incêndios criminosos que afetaram diversas regiões do país, da Amazônia ao Pantanal, passando por São Paulo e pela própria capital Brasília.
O Director do Ambiente destacou que os incêndios são um crime contra a economia do país e disse que a falta de água causada pelas alterações climáticas pode afectar a disponibilidade de energia eléctrica no país.
A queima de 2,4 milhões de hectares da floresta amazônica entre junho e agosto de 2024 aumentou em 60% a produção de CO2, para 31,5 milhões de toneladas, segundo estudo do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM) que faz parte da Emissão de Gases de Efeito Estufa. Sistema de Estimativa (SEEG), divulgado esta terça-feira.
Segundo a agência, a produção de gases de efeito estufa, responsáveis pelo aquecimento global, continua após o fim do incêndio, devido à destruição das plantas afetadas, o que deverá levar à produção de mais 2 a 4 milhões de toneladas de CO2 no futuro. 5 a 10 anos.
A Amazônia é vista por cientistas e ambientalistas como importante para impedir o avanço das mudanças climáticas, pois a floresta tem grande capacidade de armazenar CO2, enquanto sua destruição – seja por fogo ou desmatamento – provoca enormes emissões.
“Temos um estado alarmante de florestas em pé, que deverão armazenar carbono durante os próximos séculos, destruídas pelo fogo e se tornando uma importante fonte de gases de efeito estufa. Nos próximos anos, poderemos não ver fumaça, mas as emissões continuarão existir e, junto com eles, o aumento do aquecimento global”, disse a pesquisadora Camila Silva, do IPAM.
Autoridade Climática
Em entrevista ao “Bom Dia, Ministro”, Marina foi questionada sobre a criação da autoridade climática no Brasil, anunciada por Lula, e eles argumentaram que, primeiro, é preciso estabelecer um número oficial de emergência climática.
“As medidas provisórias para criação de uma autoridade climática devem ser acompanhadas de uma pessoa jurídica para a emergência climática, o que atualmente não existe no ordenamento jurídico brasileiro. O que propomos para o órgão governamental é a figura jurídica da emergência climática, o clima autoridade e a comissão técnico-científica, darão apoio combinando os dados que serão apresentados”, afirmou.
Marina também foi questionada sobre a construção do trecho da BR-319, que liga Manaus a Porto Velho, que passa pela floresta amazônica e argumentou que a obra pode continuar após estudos técnicos bem fundamentados.
“A BR-319 é uma estrada complexa, no meio da Amazônia, não pode ser construída de forma alguma, senão aumentará os danos e a destruição da floresta, o que será prejudicial para a floresta, mas principalmente para o povo da Ba. que já enfrentam um rio seco”, disse ele.
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