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O Ibovespa cai nesta quinta-feira (18), à medida que os investidores começam a fazer hedge em meio às crescentes preocupações do mercado com o ajuste das contas públicas do Brasil. O dólar subiu mais de 1% e está sendo negociado acima de R5,40.
Às 10h30, o Ibovespa havia caído 0,36%, a 128.980,43. O dólar subiu 1,13%, sendo negociado a R$ 5,5487. Na B3, o contrato futuro de dólar do primeiro mês avançou 0,89%, a R$ 5,547 negociados.
O mercado muda após as declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na terça-feira (16), onde duvidou de concordar com o orçamento se houver “coisas mais importantes”. Os discursos do presidente reavivaram os receios do mercado sobre o compromisso do governo em equilibrar o orçamento, dias antes da publicação do Relatório de Revisão de Receitas e Despesas do terceiro bimestre, onde o Conselho terá de mostrar se pretende cumprir a meta do défice este ano . .
Esta manhã, a ministra do Planejamento e Fazenda, Simone Tebet, disse que Lula decidiu que o governo não deve gastar mais dinheiro do que arrecada, o que, segundo ele, deverá constar de um Orçamento para o próximo ano. “Temos a obrigação para com o país, como o presidente e o grupo económico estão determinados, de não gastar mais dinheiro do que recebemos”, disse Tebet em entrevista ao programa “Bom dia, ministro”, do CanalGov.
Os comentários do ministro não pareceram apaziguar os investidores.
“Foi um bom sinal em termos de retórica, mas o mercado está um pouco cético sobre se isso será implementado”, disse Gabriel Mota, investidor sênior da Manchester Investimentos.
Na frente externa, os mercados examinaram minuciosamente a decisão do Banco Central Europeu sobre as taxas de juro e os dados sobre os subsídios de desemprego nos Estados Unidos.
A autoridade monetária da área do euro decidiu manter a taxa de depósito inalterada em 3,75%, como esperavam os analistas, depois de ter cortado 25 pontos base na reunião anterior, que deu início a um ciclo que há muito aguardava período de amortização.
Os responsáveis do BCE também reiteraram o seu compromisso de fazer regressar a inflação da zona euro ao seu objectivo de 2%, afirmando que as taxas de juro permanecerão suficientemente restritivas enquanto for necessário. Não demonstraram como deveriam se comportar nas reuniões seguintes.
Os investidores também estavam a investigar os novos dados sobre benefícios de desemprego nos EUA, que foram superiores ao esperado, reforçando o argumento de que o mercado de trabalho continua a ficar equilibrado.
O Departamento do Trabalho informou que os pedidos iniciais de auxílio-desemprego aumentaram em 20 mil em relação à semana anterior, para 243 mil, acima dos 230 mil esperados por especialistas consultados pela Reuters.
Os dados, somados a alguns números positivos da inflação no segundo semestre, devem impulsionar as expectativas de cortes nas taxas de juros por parte do Federal Reserve em setembro.
Os preços foram reduzidos pela primeira vez em setembro, com possibilidade de mais dois cortes no final do ano.
(viaReuters)