O Botafogo venceu o Flamengo, na noite deste domingo, por 4 a 1 e voltou à liderança do Brasileirão. Na coletiva de imprensa após a partida, o técnico Artur Jorge destacou o triunfo no clássico contra o arquirrival antes do duelo decisivo na Libertadores, no jogo de volta, contra o Palmeiras. Mateo Ponte, Igor Jesus e Matheus Martins (duas vezes) na goleada.
– É uma vitória muito importante para nós, não só pelos três pontos, mas porque vencemos um rival que está muito próximo na classificação. Sobre o jogo, foi uma entrada muito forte do Botafogo, marcamos bem cedo. Depois do gol, ficamos um pouco mais cautelosos em vez de continuar com a nossa dinâmica e intensidade ofensiva – disse Artur Jorge.
– Acabamos, por desatenção, sofrendo o gol. E fizemos um jogo equilibrado no primeiro tempo. Tivemos um segundo tempo só nosso, em que marcamos mais três gols e tivemos a oportunidade de marcar muitos mais. Faltou-nos até eficácia nesta segunda parte. É uma vitória importante, apenas uma vitória, mas merecidamente conquistada por nós. Pelo empenho, competência e dedicação de todos os jogadores. Garantimos que esse resultado fosse merecido, porque também trabalhamos muito para isso. – completou.
O treinador português discordou quando questionado se enviou uma equipa com “força máxima” antes do duelo decisivo antes da competição continental. Segundo ele, o time que entrou em campo hoje foi aquele que a comissão técnica achou que estaria mais preparado para o clássico.
– Não acho que essa seja a força máxima do Botafogo, você avalia o seu trabalho e eu avalio o meu. Trabalhamos em muitos contextos. Hoje jogamos com um time que achávamos preparado para enfrentar o Flamengo. Hoje vamos começar a pensar no jogo do Palmeiras. Temos que ter capacidade de resposta, pois cada jogo tem a sua importância. Esse foi o jogo mais importante que tivemos depois do jogo contra o Palmeiras – explicou.
Falando no próximo jogo, o treinador previu que a sua equipa terá que entrar e deixar todo o possível em campo. Fora isso, ainda elogiou o Palmeiras.
– É verdade que tivemos tendência de alta nesses jogos, em outros não. Temos que manter isso contra o Bahia, contra o Fortaleza, que é o nosso próximo adversário. Temos que manter os pés no chão e a objetividade naquilo que fazemos. Outros também têm seus objetivos e qualidades. A diferença entre as equipes é muito pequena em termos de pontuação. Neste jogo (contra o Palmeiras) estamos em vantagem e queremos a classificação. Temos certeza de que não negociaremos ambição nem combatividade. Se fizermos isso, estaremos mais perto de alcançar o objetivo. Mas vamos enfrentar um adversário muito forte e que tem uma ambição natural de voltar a vencer esta competição. – disse Artur Jorge.
Depois de vencer o Flamengo no clássico, o Botafogo chega animado para o jogo de volta das oitavas de final da Libertadores contra o Palmeiras, na próxima quarta-feira, no Allianz Parque, às 21h30.
Outras respostas de Artur Jorge:
Gerenciamento de elenco
– Não acho que essa seja a força máxima do Botafogo, você avalia o seu trabalho e eu avalio o meu. Trabalhamos em muitos contextos. Hoje jogamos com um time que achávamos preparado para enfrentar o Flamengo. Hoje vamos começar a pensar no jogo do Palmeiras. Temos que ter capacidade de resposta, pois cada jogo tem a sua importância. Esse foi o jogo mais importante que tivemos depois do jogo contra o Palmeiras. A partir de hoje pensaremos no jogo de volta, em São Paulo, para preparar um time. Enfrentaremos um Palmeiras muito forte individual e coletivamente, que tem grande capacidade nesta competição. Temos que estar preparados para todos os cenários.
Preocupação com lesões e calendário
– Isso me preocupa desde abril, quando cheguei. Se não me engano, só fiz dois jogos com uma semana inteira de trabalho. Esta tem sido a sequência. Isso não é mais um assunto para mim. Gostaria de ter mais tempo para trabalhar? Claro. Hoje temos todos à disposição, temos mais dois dias para voltar a competir num jogo de grande exigência. Mas isso não é desculpa nem vantagem, já tive dois, quatro dias. Já perdi, já ganhei. É isso que temos, temos que preparar os jogadores para isso. Faz parte do nosso trabalho.
Almada e o penálti falhado
– Ele fez mais um bom jogo. Ele errou o pênalti porque bateu, senão não teria perdido. Mas não é isso que vai te decepcionar. O que ele fez quando estava em campo tem mais valor do que o pênalti falhado. Não creio que isso possa ser motivo para deixá-lo afetado. Como se viu depois, ele pediu a bola, atacou o adversário, atacou o gol. É disso que eu gosto: coragem. Falhar, todos nós falhamos. Eu falho, você… É importante perceber que a capacidade de nos reerguermos é o que nos torna melhores.
Tiquinho
– Essas são as opções que temos, são variáveis diferentes. Tiquinho volta de lesão, Matheus vem de um período de integração. Temos o Thiago (Almada), que vem de uma Copa América. Eles são os jogadores que consideramos altamente. Uma grande equipa e grandes resultados não acontecem porque se tem 11 jogadores, mas sim quando se tem um grupo maior. A ambição de vencer é imensa. Quanto mais duro o treino, mais preparados estamos para vencer o jogo.
Melhoria no meio-campo
– Em relação ao coletivo, tivemos alguns jogos em que não tivemos controle como hoje. Tentamos tornar a identidade do Botafogo mais dominante. Se você percebeu isso (melhora), é sinal de que o trabalho está sendo feito. Tenho que destacar os jogadores. Na verdade, Marlon Freitas é um líder em campo, no trabalho que faz diariamente, na forma como incentiva pelo exemplo. É um dos vários jogadores que nos ajudam, que trabalham e fazem muito pelo clube. Como outros que destaco pelo seu futebol e competência humana.
Proposta do Catar
– O trabalho não valoriza apenas os jogadores, eu também sou valorizado. Naturalmente, isso pode abrir dúvidas. Mas uma coisa direi: estou muito feliz no Botafogo, sou muito bem recebido, gosto de trabalhar aqui. Meu pensamento é apenas focar no Botafogo.