Atos de AgroGaláxia (AGXY3) registrou queda significativa de mais de 20% no comércio nesta quinta-feira (19), refletindo o efeito do pedido de devolução dos conselhos, a saída dos conselheiros e o descumprimento dos pagamentos do empréstimo. Além disso, a empresa enfrenta condições climáticas adversas no Brasil.
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As ações da empresa de equipamentos agrícolas caíram 25,5%, sendo negociadas hoje a R$ 0,73. Desde o seu IPO, a AgroGalaxy arrecadou uma 92% de desvalorização e ele vem enfrentando problemas desde o ano passado, quando quebra de colheita e as frequentes mudanças de liderança começaram a pressionar os seus resultados.
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Especialistas de mercado indicam que a partir de 2023, comerciantes agrícolas eles foram atormentados por estoques excessivos. Isto pressiona os preços e os lucros das empresas deste setor. A quebra de safra em diversas áreas teve um impacto negativo no valor de vendas e nos resultados financeiros da AgroGalaxy.
Nos últimos anos, a AgroGalaxy fez uma série de aquisições. Eram financiados com recursos próprios e com a poupança de dívidas, com o objetivo de expandir seus negócios. Porém, no início de 2024, a empresa já havia fechado 19 lojas e, em menos de um ano, havia passado por quatro mudanças de liderança.
Em junho de 2024, o grupo de grande dívida O capital ajustado da empresa atingiu R$ 2,3 bilhões, com empréstimos incluindo bancos e titulares de Certificados de Aceitação de Negócios Agropecuários (CRAs), além de investidores individuais e fundos Fiagros, fundos de investimento empresarial da agropecuária, conhecidos como FIIs setoriais.
Na quarta-feira, a AgroGalaxy chocou o mercado ao deixar de pagar um título de dívida de R70 milhões. O incumprimento criou muita incerteza entre os credores, incluindo Fiagrosque viram sua cota afetada:
AAZQ11 (-1,53%)
AGRX11 (-4,58%)
AZQA11 (-1,53%)
BBGO11 (-2,85%)
CPTR11 (-5,16%)
JGPT11 (-6,88%)
JGPX11 (-6,11%)
XPCA11 (-8,06%)
A pedido de recuperação judiciall, a AgroGalaxy recebe proteção temporária de 60 dias contra credores enquanto busca um acordo que lhe permitirá continuar suas operações.
Entenda o que aconteceu com o AgroGalaxy
Na manhã do dia 18 de setembro, a AgroGalaxy, fornecedora de equipamentos agrícolas, divulgou informação anunciando a renúncia do seu CEO, Axel Jorge Labourt, e de cinco dos nove membros do conselho da empresa. Com isso, Eron Martins, Diretor Financeiro e de Relações com Investidores, também assumiu a função de Diretor-Presidente (CEO).
Poucas horas depois, a empresa voltou a surpreender o mercado ao anunciar, com outro fato relevante, um pedido de recuperação judicial, que abrange subsídios de grupo.
Segundo relatório do Citi Bank, a posição da empresa está diretamente relacionada à recuperação de mercado de equipamentos agrícolas no brasil. Contudo, esta recuperação pode ser atrasada devido à seca que tem dificultado o cultivo da soja no país. “A empresa passa por um período difícil e parece dependente da possível recuperação do mercado brasileiro”, destaca o relatório.
O Brasil, grande exportador de fertilizantes, utiliza esses produtos principalmente nas culturas de soja e milho. No entanto, desde o ano passado, estas culturas têm enfrentado uma queda nos preços. Esta situação afeta diretamente os fornecedores orgânicos, incluindo a AgroGalaxy.
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O ano de 2023 é marcado pelo acúmulo de fertilizantes e pesticidas, enquanto a demanda dos produtores de grãos diminuiu. Este desequilíbrio afetou os preços dos insumos, comprimiu as margens da empresa e piorou a capacidade da AgroGalaxy de honrar as suas dívidas.
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