Maurine conquistou medalhas nas Olimpíadas de 2008 e nos Jogos Pan-Americanos de 2011 e 2015
Foram 20 anos de carreira e intermináveis títulos como Libertadores (3x), Copa do Brasil (3x), Campeonato Paulista (3x) e Carioca. Mas é inegável que, para um atleta de futebol, o ápice está na convocação para Seleção Brasileira.
Isso foi o que Maurina,
ex-lateral com passagens por Santos, Flamengo e Ferroviária, sentiu ao ser convocada para representar o Seleção Brasileira
nós jogos Olímpicos
de Pequim em 2008. Em entrevista exclusiva com iG Esporte,
ela detalhou a conquista da medalha de prata na edição.
“Para mim, era como ouro. Sabemos o esforço e a dificuldade que enfrentamos. Não é fácil, e com as condições que tínhamos naquela altura. Então, eu valorizo muito. Se Deus quiser, ainda direi para minha filha, quando ela entender, que tenho medalha de prata com a seleção brasileira. Definitivamente é muito valioso para mim. Até coloquei num quadro para ficar marcado para o resto da vida”, disse Maurine.
E quando o ex-jogador fala das “dificuldades que enfrentamos”, podemos citar a falta de investimento e patrocínio, a diferença salarial em relação aos homens e, claro, a pouca visibilidade na mídia. Hoje em dia, mesmo longe do ideal, podemos observar um crescimento do esporte, que se deve muito às conquistas de atletas do passado, como foi o caso do antigo camisa 10 do Santos.
“Para nós, que fomos os pioneiros do futebol feminino, conseguimos ajudar de alguma forma o esporte no nosso país. Ainda estamos muito longe do que queremos e merecemos, mas há uma diferença entre o tempo que jogamos e o de hoje. Os campeonatos estão mais fortes, os clubes investem mais e as meninas fecharam contratos com a maioria dos grandes clubes, que as valorizam. Os clubes evoluíram muito. Acredito que agregamos valor a esse aspecto. A CBF também tornou obrigatório que os clubes da Série A (masculino) tenham futebol feminino, mas acho que podem melhorar ainda mais. Pedindo, por exemplo, que os clubes não apenas doem a camisa, mas invistam no futebol feminino. Ainda tem alguns clubes que só dão a camisa e deixam as meninas precisando de muita coisa”, relatou.
O legado e o futuro de Pia Sundhage com Arthur Elias
Maurina
não poupou críticas ao trabalho de Pia Sundhage no comando do Brasil.
Antes da expulsão, foram 57 jogos disputados, 34 vitórias, 10 derrotas e 13 empates. Em 2021, a seleção foi eliminada nas quartas de final dos Jogos Olímpicos de Tóquio, em derrota para o Canadá.
“Foram quatro anos perdidos. Não a vi acrescentando nada à seleção brasileira. Vi a gente parar no tempo, atrás, enquanto outras seleções – não as que estão acostumadas a vencer – estavam tendo dificuldades na Copa do Mundo. Então, para mim, tínhamos estagnado no tempo”, disse Maurine.
“Ela parecia jogar apenas em um esquema tático. Não houve mudança: ‘Ah, essa situação está acontecendo no jogo? Vamos fazer isso para mudar, para ver se funciona.’ Ela não tinha. Ela entrou num esquema, trocando um lateral-direito por outro lateral-direito, um zagueiro por outro. Ela não teve criatividade para surpreender os adversários. Então não gostei dos quatro anos que ela passou. Foi uma perda de tempo. Não vi nenhuma evolução. Vi uma seleção estagnada, sem criatividade nenhuma”, completou.
Agora, o Brasil é comandado por Arthur Elias, técnico multicampeão do Corinthians. Anunciado em setembro do ano passado, o treinador irá, em Paris 2024,
sua primeira competição oficial como chefe da seleção das Canárias.
“Ele é muito ofensivo e isso me chama a atenção porque realmente precisamos ser ofensivos. É claro que tem que ter um bom posicionamento e sair na hora certa para atacar. Mas ele muda o esquema… Acredito que conseguiremos algo de bom em Olimpíadas”,
analisou Maurine.
Apesar dos elogios, o ex-jogador teve algumas dúvidas em relação ao time convocado por Arthur. Para ela, assim como aconteceu na Copa do Mundo de 2023, faltava um jogador de área, o típico camisa 9.
“Respeito muito quem foi convocado porque sei o quanto é difícil estar entre os 18, já estive lá. Sei o quanto trabalhamos para tentar uma vaga e estarei torcendo, mas acho que sofremos na Copa do Mundo por falta de um atacante na área, que saiba se posicionar, que saiba fazer gols , que “sente o cheiro do gol”. Então acho que a Byanca Brasil, a Cristiane e até a Debinha, que estava no time, estavam perdendo gols… não entendi o porquê. Também não estou aí para saber”, ponderou.
Chances de medalha em Paris 2024
O Brasil está no Grupo C, ao qual se juntam Nigéria, Japão e Espanha. A chave é considerada uma das mais equilibradas dos Jogos. Ao projetar a participação de Seleção
no torneio, Maurina
destacou novamente a Copa do Mundo de 2023, quando a seleção das Canárias foi surpreendida e, no empate sem gols com a Jamaica, foi eliminada precocemente.
“A chave mais difícil é a nossa. Não podemos entrar pensando que vai ser isso ou aquilo, para não ficarmos no meio do caminho, como na Copa do Mundo. ‘Ah, isso é a Jamaica…’. Não. Todas as equipes estão evoluindo, ficando mais fortes… se estão nas Olimpíadas é porque estão em ótimas condições. Temos que abrir os olhos, entrar com força total em cada jogo, para não sermos surpreendidos”, alertou.
A estreia brasileira, marcada para 25 de julho, será contra os nigerianos, em Bordeaux. No dia 28, os adversários serão os japoneses, em Paris. Para a última partida da fase de grupos, o Seleção
enfrenta a Espanha, no dia 31, novamente em Bordeaux.
Veja abaixo a galeria de fotos do ex-lateral Maurine:

Maurina Reprodução/Instagram

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