Quase dois meses após seu lançamento, o programa Voa Brasil, voltado para aposentados do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), vendeu apenas 10.422 passagens para 67 destinos nacionais. Esse número representa menos de 1% dos três milhões de assentos disponibilizados pelas companhias aéreas, segundo dados do Ministério dos Portos e Aeroportos divulgados ao jornal O GLOBO.
Inaugurado no dia 24 de julho, após quase um ano de atraso, o programa oferece passagens de até R$ 200 cada trecho, exclusivamente para aposentados que não viajaram de avião nos últimos 12 meses. Apesar do baixo volume de vendas, Tomé Franca, secretário de Aviação Civil, argumentou que o programa está cumprindo o seu objetivo de inclusão social. O governo espera beneficiar pelo menos 1,5 milhão de aposentados.
“Nosso foco é a inclusão social, permitindo que brasileiros que nunca voaram ou que não voaram nos últimos 12 meses tenham acesso ao transporte aéreo”, disse Franca ao jornal O GLOBO. Ele destacou ainda que a oferta de 3 milhões de assentos considera um período de 12 meses e varia conforme a ocupação dos voos.
Um executivo do setor aéreo destacou que o baixo volume de vendas se deve ao fato de o custo total da viagem ultrapassar o preço da passagem. “As pessoas têm outras despesas, como embarque, alimentação e hospedagem. As empresas apoiaram o programa, mas não esperam grandes resultados”, disse.
Quando se trata de destinos mais populares, São Paulo lidera com 2.918 reservas, seguido pelo Rio de Janeiro com 963 e Fortaleza com 922. Outras cidades populares incluem Recife, Salvador, Brasília e Belo Horizonte. A Voa Brasil ofereceu mais de 600 opções de rotas para cerca de 70 cidades, com 45% dos voos para Sudeste e 40% para Nordeste. Fortaleza se destacou como a cidade mais pesquisada do Nordeste, com uma em cada quatro passagens vendidas para aeroportos cearenses.
A Voa Brasil opera por meio de parceria entre o Ministério dos Portos e Aeroportos e as principais companhias aéreas do país, sem envolvimento de subsídios governamentais. O programa destina-se exclusivamente a reformados do Regime Geral de Segurança Social, independentemente do rendimento, que não tenham voado nos últimos 12 meses.
O Ministério dos Portos e Aeroportos pretende lançar uma segunda fase do programa no primeiro semestre de 2025, desta vez beneficiando alunos de instituições públicas de ensino.
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